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João Carlos Martins se junta a 150 jovens em concerto no Recife Antigo

Publicado em: 06/10/2019 19:38

Concerto faz parte do projeto Orquestrando Brasil, de João Carlos Martins. Foto: Paulo Paiva/DP.
O fim da tarde deste domingo (6) no Cais da Alfândega, no Recife Antigo, foi especial. O maestro João Carlos Martins se apresentou junto a 150 crianças e adolescentes de quatro programas sociais da capital pernambucana. A ação faz parte do projeto Orquestrando Brasil, criado por Martins em 2018, que capacita músicos e regentes de ações comunitárias pelo país. A iniciativa segue uma ideia do músico Heitor Villa-Lobos: unir o Brasil em um só coração através da música.

O Orquestrando Brasil começou no estado de São Paulo, terra natal do maestro, e em menos de dois anos, já firmou parceria com 500 projetos em todo território nacional. “Daqui a uns cinco anos, espero que seja o maior projeto musical do planeta”, conta. “Além de proporcionar inclusão, é uma luz no fim do túnel para cada criança e para uma pessoa da terceira idade, como eu, que fez 24 operações nas mãos ao longo da vida e hoje só pode usar dois polegares”, pontua o mentor do projeto, que dá seus primeiros passos na região Nordeste.

A função social também é apontada por José Roberto Walker, diretor-executivo do Orquestrando Brasil. “São jovens que muitas vezes poderiam estar fazendo coisas ruins, mas estão se dedicando à música. A música melhora as pessoas e é uma companhia para a vida inteira”, defende. “Aqui com o João Carlos, irá se apresentar um grupo musical que tem 170 anos. Imagina quantas histórias não têm por ali?”, comenta, referindo-se à banda musical Curica, de Goiana.

Saianny e Gabryel, irmãos saxofonistas da banda Curica, de Goiana. Foto: Paulo Paiva/DP.
Os irmãos Saianny Nívea, de 17 anos, e Gabryel Henrique, 15, integram a área de saxofone da Curica. Eles estavam ansiosos para tocar com João Carlos Martins. “Antigamente eu odiava música. Aí abriram as inscrições para participar do projeto e minha mãe avisou. Eu expliquei que não gostava e ela me perguntou: ‘você já tentou?’. E estou na banda há três anos”, relembra Saianny. “Tocar com ele será uma experiência incrível, tanto para a vida quanto para a carreira”, acrescenta Gabryel. 

Além do Curica, se apresentaram com maestro a orquestra do Movimento Pró-Criança, do Recife Antigo; o coral do Instituto Passo de Anjo, de Abreu e Lima; e a Orquestra do Centro Social Dom João Costa, iniciativa filantrópica da rede educacional Damas.

Um dos participantes da orquestra social, Matheus Luciano, 16, mostrou o clarinete que ia utilizar na apresentação com João Carlos Martins. “É uma honra. Acho interessante a história de superação dele. Fez várias cirurgias na mão e continuou tocando. Sou um privilegiado”, disse.

Concerto foi realizado no Cais da Alfândega, no Recife Antigo. Foto: Paulo Paiva/DP.
O repertório da apresentação foi diversificado. Foram apresentadas músicas clássicas, como Trepak de Tchaikovsky; modernas, como Além do Arco-Íris, de Harold Arlen; e regionais, como Madeira que cupim não rói, do pernambucano Capiba. O concerto foi encerrado com Jesus Alegria dos Homens, de Sebastian Bach. “Eu sempre digo que a música faz as pessoas verem o lado do bem. Une povos, comunidades, nações. Acho que é assim que iremos conseguir harmonia e paz no planeta”, conclui Martins.
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