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Canal dos Bultrins fica pronto em 2020

A indenização referente às desapropriações de 20 dos 35 imóveis demolidos nas margens do canal, que era o maior entrave, começa a ser paga este mês

Publicado: 09/10/2019 às 18:51

A obra deve dar um ponto final nos alagamentos dos bairros ao longo do canal. Foto: Peu Ricardo/DP./

A obra deve dar um ponto final nos alagamentos dos bairros ao longo do canal. Foto: Peu Ricardo/DP./

A obra deve dar um ponto final nos alagamentos dos bairros ao longo do canal. Foto: Peu Ricardo/DP. Um dos maiores impasses na continuidade das obras de revestimento do Canal Bultrins/Fragoso, em Olinda, iniciada em 2013, sempre foi a indenização dos moradores de 35 imóveis a serem demolidos. Desse total, 20 já estão com depósito judicial e, se tudo correr conforme o previsto, até o final deste mês o dinheiro será desbloqueado. Quanto aos outros 15 imóveis, a Prefeitura de Olinda está preparando o procedimento jurídico para viabilizar o depósito dos valores. A obra deve dar um ponto final nos alagamentos, maior dor de cabeça dos moradores dos bairros de Fragoso, Bultrins, Casa Caiada e Bairro Novo. Se não houver atraso no repasse de recursos federais, através do Ministério das Cidades, a obra estará concluída até dezembro do ano que vem.

Como as indenizações não andavam no ritmo esperado, a construtora responsável pelas obras, na época, não conseguia seguir com os serviços. O Tribunal de Contas do Estado (TCE), então, entrou com cautelar suspendendo as obras até que os moradores fossem indenizados. A intervenção no canal ficou parada por dois anos e meio. Há dois meses, o TCE suspendeu a cautelar, a pedido da Prefeitura de Olinda, e o município fez nova licitação para contratação de outra empresa.

A obra no canal foi iniciada ainda na gestão do prefeito Renildo Calheiros. Segundo o secretário de Obras de Olinda, Roberto Rocha, o município tinha pendências junto à Caixa Econômica Federal e ao Ministério das Cidades, tais como licença ambiental e esclarecimentos sobre orçamento. “Agora as dúvidas estão sanadas”, garantiu Rocha. O pagamento das indenizações é feito pelo governo do estado e foi calculado em R$ 2 milhões.

Morador da região, Aurino Barros, 54 anos, disse que ainda tem medo da obra ser interrompida novamente. “Agora tá bom, mas a gente sempre fica com receio. Eles estão trabalhando até às 19h.” Severino José da Silva, 70, disse que durante a obra os alagamentos pioraram. “Antes a água subia 80 cm, queimava as bombas e inundava a cisterna. Depois da obra, a água encheu mais que antes. Moro aqui há vinte anos e a última enchente que teve inundou a garagem da casa e quase cobriu os carros.”

Túlio Souza, 24, técnico de enfermagem, contou que na Rua Olegário Mariano as pessoas perderam grande parte dos seus pertences na última enchente. Marcílio de Alencar, 68, engenheiro, está preocupado. “Nos últimos três anos, minha casa encheu mais de duas vezes, a água subiu mais de meio metro”, contou.

O trecho de responsabilidade da prefeitura vai da Avenida Chico Science, nos Bultrins, até a Avenida Marcolino Botelho, em Casa Caiada, e tem 1,2 mil metros. Desses, 400 metros estão prontos desde 2015. A intervenção prevê também uma nova via para carros e ciclovia beirando o canal. A via interligará os Bultrins a Jardim Atlântico, até a Avenida Fagundes Varela. Será mais uma alternativa para a saída de Olinda em direção ao Recife. Há serviços de drenagem, limpeza, viga de amarração e outros, mas o considerado mais importante é o alargamento do canal, que passará a ter 12 metros de largura e mais profundidade, chegando a três metros. Hoje o canal tem dois metros de largura por um de altura. A intervenção custa R$ 13 milhões, com contrapartida de R$ 657 mil da Prefeitura de Olinda.
 
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