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Policial aposentado denuncia caso de racismo em posto de combustível no Recife: 'Chamou de macaco'

Publicado em: 19/09/2019 12:21 | Atualizado em: 19/09/2019 12:39

Edmilson Prazeres Simões/Arquivo pessoal
Um policial ferroviário federal aposentado denuncia que foi alvo de racismo em um posto de combustível, na Zona Oeste do Recife. O caso aconteceu na terça-feira (17), na Avenida José Rufino, no bairro de Areias.

Em entrevista ao G1, Edmilson Prazeres Simões, 60, relatou que aguardava um amigo que estava sacando dinheiro quando foi ofendido pelo dono do estabelecimento. 

O aposentado conta que chegou ao posto acompanhado, mas em veículos diferentes. Edmilson estava esperando o amigo, que tinha ido à loja de conveniência tirar dinheiro, quando foi abordado por um frentista. Negou que estava ali para abastecer e seguiu no aguardo.

Nesse momento, relata Simões, um homem apareceu gritando e ordenando que retirasse o carro do local. Segundo o aposentado, a partir disso começou a discussão. "Eu disse para ele me respeitar e ele me chamou de macaco, disse que macaco nasce na zona”, afirma.

Em meio a gritos, a vítima relembra que, ao rebater as ofensas, ouviu que "nesse posto, negro não abastece".

Edmilson relata, ainda, que outras pessoas presentes no posto se envolveram na discussão e tentaram conter o homem. O dono do estabelecimento se trancou numa sala até que a polícia chegasse ao local. 

“O efetivo foi informado que o proprietário do estabelecimento o ofendeu com palavras racistas, afirmando que ele não era digno de estar naquele local”, declarou, por nota, a corporação, explicando a chegada ao local.

O caso foi registrado como injúria pela Polícia Civil, uma vez que, além da denúncia do aposentado, o dono do posto também declarou ter sido ameaçado. Depois, ambos foram liberados.

Repercussão
O caso viralizou rapididamente nas redes sociais. Sura Reinaux, filha de Simões, utilizou o Instagram para denunciar o acontecimento. O post, além do depoimento pessoal, também traz detalhes sobre a condução do caso por parte do aposentado. 

"Hoje, meu pai esta abrindo um processo, contra esse homem que não vale a pena gastar palavras aqui. Hoje, começamos a lutar na JUSTIÇA POR JUSTIÇA", disse.
 
Sura relembra comentários recebidos na infância e reforça o discurso de combate ao racismo. 
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