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Recife é a terceira capital em que o pedestre mais morre no trânsito
Por: Diogo Cavalcante
Publicado em: 08/08/2019 06:00 | Atualizado em: 09/08/2019 19:50
“Eu estou até hoje com medo de andar na rua. Olho mil vezes sempre que tem carro”, conta a acompanhante hospitalar Lili Figueiredo, de 48 anos. Ela cuidava de Ivanice Felix de Lima, a cadeirante idosa que foi atropelada, em plena luz do dia, no cruzamento da Avenida Agamenon Magalhães com a Rua do Paissandú, em 13 de junho. “É revoltante ela ter morrido daquela forma. Terrível. Ainda mais saber que foi algo feito por uma autoridade”, desabafa Lili, referindo-se ao subtenente do Exército Paulo Bezerra Cavalcanti Junior - apontado pelo Ministério Público de Pernambuco como a pessoa que dirigia o veículo que atravessou o sinal vermelho e atingiu Ivanice na faixa de pedestres.
Respeito
“A gente percebe que, cada vez mais, é preciso que o condutor tenha respeito à coletividade. Falta sobretudo o respeito, à sinalização, ao pedestre”, reflete a presidente da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), Taciana Ferreira.
“Nesse local onde aconteceu o atropelamento, tinha todos os recursos: faixa de pedestre, ilha de travessia, fiscalização eletrônica. Tinha um volume grande de pessoas atravessando a rua e, mesmo assim, o veículo foi avançando o semáforo. E ainda que não tivesse um sinal, o pedestre tem sempre prioridade”, acrescenta.
“Nesse local onde aconteceu o atropelamento, tinha todos os recursos: faixa de pedestre, ilha de travessia, fiscalização eletrônica. Tinha um volume grande de pessoas atravessando a rua e, mesmo assim, o veículo foi avançando o semáforo. E ainda que não tivesse um sinal, o pedestre tem sempre prioridade”, acrescenta.
Quem prega visão semelhante é a presidente do Conselho Estadual de Trânsito (Cetran), Simíramis Queiroz. Falta maturidade no trânsito. “A gente precisa crescer, ter uma visão de que, em qualquer situação, somos pedestres. A falta dessa consciência dá margem a esse tipo de situação”, opina.
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Mas Simíramis pondera quanto às soluções. “Deveríamos ter educação para o trânsito obrigatória nas escolas. Estamos vendo que formar o adulto não dá muito resultado. A pessoa sempre sabe quando está cometendo uma infração, mas como não se conscientiza, acaba praticando”, opina Simíramis.
“E não é só o condutor, o pedestre também. Não há noção de fragilidade. Quando a gente é condutor, reclamamos do pedestre. Mas também se vê falta de atenção dos transeuntes, andando no meio da rua, atravessando fora da faixa ou fora de passarela”, pondera.
Lili, acompanhante hospitalar de Ivanice, espera que a legislação fique mais dura para crimes de trânsito. “São vários e vários acidentes e eles só suspendem a carteira. Tinha era que perder, porque isso vai continuar sempre”, aponta, em relação ao fato do subtenente só ter tido a habilitação suspensa. “Que nesse Dia do Pedestre, fique a reflexão para os motoristas tomarem mais cuidado”, pontua.
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