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Manifestantes vão às ruas contra corte de verbas da educação

Publicado em: 13/08/2019 19:55 | Atualizado em: 13/08/2019 21:27

Fotos: Tarciso Augusto/Esp. DP Foto (Fotos: Tarciso Augusto/Esp. DP Foto)
Fotos: Tarciso Augusto/Esp. DP Foto (Fotos: Tarciso Augusto/Esp. DP Foto)
As principais capitais do país foram palco hoje (13) do 3º ato convocado por estudantes, professores e movimentos sindicais contra os cortes promovidos pelo governo do presidente Jair Bolsonaro em todas as etapas da educação. O projeto para as universidades federais, o Future-se, foi o principal alvo do protesto. Os manifestantes também foram às ruas contra a reforma da Previdência.

No Recife, a concentração do ato teve início às 15h na Rua da Aurora, em frente ao Ginásio Pernambucano repetindo o mesmo ritual dos atos anteriores. Enquanto os carros de som chamavam estudantes e a população para se engajar na luta pelo ensino público, professores e estudantes aproveitavam o espaço da rua, interditada para a manifestação, para preparar cartazes e faixas. 

O técnico em educação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Marcos Pereira se juntou ao movimento preocupado com os cortes impostos pelo governo federal. “Dos 130 milhões previstos, só recebemos R$ 3,8 milhões”, revelou. Segundo ele, o Future-se é a entrega do ensino público ao setor privado. “A gente sabe que grandes grupos estão interessados em se apropriar das universidades, mas dificilmente vão querer investir em estados como o Acre ou o Amapá”, afirmou.

Isaac de Oliveira Seabra, 51 anos, é professor e servidor público. Já defendeu a educação no tempo de estudante e foi às ruas para lutar pelo direito dos seus filhos. “Há um certo comodismo nessa geração que é muito imediatista, mas não consegue enxergar o futuro”, criticou. A lição de casa serviu para a filha Taís Vitória Seabra, 20, que faz medicina em uma universidade privada, mas foi às ruas defender o ensino público. Depois de ajudar a pintar uma das faixas levou no peito o cartaz com os seguintes dizeres: “Afaste de mim esse cale-se”. “Tá faltando memória histórica e consciência de classe”, ensinou.

Segundo estimativa dos organizadores, cerca de 50 mil pessoas participaram do ato. O percurso saiu da Rua da Aurora, passando pela João Lira, Hospício, Conde da Boa Vista, Guararapes até a Praça da Independência, também conhecida como Praça do Diario. 
 
Para chamar atenção, os manifestantes acenderam tochas no início da noite na Conde da Boa Vista. Teve gente que acompanhou a manifestação da sacada dos prédios e das paradas  de ônibus. Mas houve pouca adesão dos moradores, que esperavam o protesto passar para seguir com a rotina. “Só estou esperando o ônibus, prefiro não comentar”, disse uma estudante de uma faculdade privada.
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