Tradição
Dia do Maracatu é celebrado com grande cortejo nesta quinta, em Olinda
Por: Samuel Calado
Publicado em: 01/08/2019 17:43 | Atualizado em: 02/08/2019 14:59
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Dez grupos irão desfilar na noite desta quinta-feira (01), no Sítio Histórico de Olinda para celebrar o Dia do Maracatu. A concentração acontece às 18 horas no Largo do Amparo e a saída está prevista para às 19 horas. Cerca de 200 batuqueiros irão seguir em alas pelas ladeira entoando loas de exaltação a ancestralidade africana e indígena. O percurso encerra nos Quatro Cantos.
O objetivo do cortejo está em evidenciar a resistência dos Maracatus Nação e enaltecer a resistência dos mestres e maracatuzeiros, como explica Alexandre L’Omi Lodò, da Nação do Reis Malunguinho. “É a tradição mais forte do estado de Pernambuco. Valiosa para toda a população. É a manifestação direta da raíz africana e indígena na rua. Na apresentação, os batuqueiros levam o discurso revolucionário ao mostrar que o negro, assim como o branco, também pode pertencer a uma corte”.
A ação comemorativa desta quinta é realizada pela Associação dos Maracatus de Olinda (AMO), em parceria com a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco e a Prefeitura da cidade histórica. A manifestação nasceu no período da escravidão no Brasil. Documentos revelam manifestações entre os séculos 17 e 18. Ela tem influências nas culturas indígenas, africanas e europeias.
Confira a ordem dos grupos
1. Maracatu Nação Camaleão
2. Maracatu Maracambuco
3. Maracatu Estrela de Olinda
4. Maracatu Nação Pernambuco
5. Maracatu Leão Coroado
6. Maracatu Nação do Reis Malunguinho
8. Maracatu Várzea do Capibaribe
O mestre Nilo Oliveira, da Nação Maracambuco, do bairro de Peixinhos, conta que antigamente existia uma resistência muito forte da população às nações. “Conseguimos conquistar nosso espaço e já é uma grande vitória. Se antigamente não éramos bem vistos por muitas pessoas movidas pela intolerância religiosa e pelo racismo, hoje somos aplaudidos e admirados. Mas ainda tem muita luta pela frente. Queremos levar o ritmo à esfera do frevo, que é reconhecido pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco). O maracatuzeiro reforça a importância dos maracatus dentro das comunidades. “No Maracambuco, por exemplo, a gente oferece diversas atividades sociais para além das oficinas de percussão e dança. Mobilizamos ações voluntárias para tirar documentos e ajudamos os jovens na busca do primeiro emprego”.
Sobre a data
A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) criou o Dia do Maracatu através da Lei 560/1997 com a intenção de celebrar a resistência do ritmo no estado. A escolha do dia primeiro de agosto deu-se baseada no nascimento do Mestre Luiz França, que esteve a frente do Maracatu Leão Coroado (o mais antigo) por quatro décadas. Existe um Projeto de Lei (PL) em andamento no Senado para tornar esta data nacional.
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