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FEMINICÍDIO

Acusado de matar a fisioterapeuta Mirella Sena vai a júri popular nesta segunda

Publicado em: 02/08/2019 11:19 | Atualizado em: 02/08/2019 11:57

Edvan foi preso no mesmo dia da morte de Mirella. Foto: Marlon Diego/Esp.DP/Arquivo.
O comerciante Edvan Luiz da Silva, acusado pelo estupro e homicídio ocorrido em 2017 da fisioterapeuta Tássia Mirella de Sena, 28, vai a júri popular nesta segunda-feira (5), às 9h. O julgamento acontecerá no Fórum Thomaz de Aquino, na Avenida Martins de Barros, 593, bairro de Santo Antônio, área central do Recife, e será presidido pelo juiz Pedro Odilon de Alencar Luz. O réu responde por homicídio qualificado (feminicídio, motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) e estupro.

Para o julgamento, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) convocou quatro testemunhas. Não foram chamadas testemunhas de defesa. Após as falas das testemunhas, haverá o interrogatório de Edvan Luiz. Em seguida, haverá o debate entre promotoria e defesa. Cada parte terá até uma hora e meia para expor os argumentos. Depois, poderá haver a réplica para o promotor, que dura até uma hora, e a tréplica para a defesa, com a mesma duração. Em seguida, haverá julgamento pelo Conselho de Sentença.

Entenda o caso

Tássia Mirella nasceu em Vitória de Santo Antão, mas morava no Recife. Foto: Facebook/Reprodução.
A fisioterapeuta foi encontrada morta na manhã do dia 5 de abril de 2017, na sala do flat onde morava, no 12º andar do edifício Golden Shopping Home Service, na Rua Ribeiro de Brito, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Vizinhos disseram que, por volta das 7h, ouviram vários gritos e acionaram o funcionário do prédio, que chamou a polícia. O corpo da vítima foi encontrado na sala do imóvel sem roupas e com ferimento à faca no pescoço, além de cortes nas mãos. Mirella, natural de Vitória de Santo Antão, Mata Sul do estado,formou-se em fisioterapia pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e trabalhava como vendedora produtos hospitalares.



Justiça nega recurso e acusado de matar Mirella Sena vai a júri popular

Entre os dedos dela, havia fios de cabelo do vizinho, Edvan Luiz. Debaixo da unha, a perícia também identificou pele com material genético do suspeito, que morava no apartamento em frente ao dela. Na porta e no banheiro da casa dele e em duas camisetas, foi encontrado sangue da vítima. O comerciante foi preso em flagrante e indiciado por estupro e homicídio quadruplamente qualificado.

Na época, de acordo com a polícia, Edvan apresentou contradições sobre onde estava no momento do crime. Disse que estava em um bar no horário, mas depois mudou a história e disse que estaria em um posto de gasolina. Antes do depoimento oficial, ele foi encaminhado - algemado e com uma touca ninja (balaclava) - ao Instituto de Medicina Legal (IML), em Santo Amaro, para fazer o exame de corpo de delito. Edvan disse que os arranhões foram causados em uma briga que ele teve com um transeunte e por isso estava com as escoriações.

Feminicídio
A data do assassinato de Mirella tornou-se o Dia de Combate ao Feminicídio em novembro de 2017. Apesar de a lei de feminicídio (13.104) existir desde 2015 em Pernambuco, a Polícia Civil estadual ainda não registrava ocorrências com o subtítulo feminicídio, o que dificultava o controle de dados sobre o crime e a implementação de políticas públicas. Se o homicídio simples tem a pena de 6 a 20 anos de prisão, o feminicídio tem pena prevista de 12 a 30 anos. 

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