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Síndrome do olho seco é cada vez mais comum e requer atenção

Caracterizada pela falta de lubrificação nos olhos, síndrome está relacionada ao uso excessivo de celular e computador

Publicado em: 18/07/2019 17:12 | Atualizado em: 18/07/2019 17:56

Síndrome do Olho Seco se caracteriza pela falta de lubrificação nos olhos. Foto: Reprodução da internet

Função reduzida das glândulas lacrimais e exposição excessiva a aparelhos eletrônicos e a ambientes com ar-condicionado estão entre as principais causas da Síndrome do Olho Seco. Caracterizado por uma anomalia na produção ou na qualidade da lágrima e consequente ressecamento da superfície do olho, da córnea e da conjuntiva, o problema se manifesta mais frequentemente entre pessoas com mais de 40 anos de idade. Na atualidade, contudo, tem se tornado cada vez mais comum, sobretudo em função da quantidade de horas dispensadas diante das telas do celular e computador.

“A síndrome do olho seco vem ganhando um destaque importante em função da dependência que as novas gerações têm da tecnologia. Hoje, é muito comum o uso intenso de celular, computador, ar-condicionado… fatores extremamente ligados à incidência da Síndrome do Olho Seco”, explica Paulo Luchsinger, médico oftalmologista do HOPE, Hospital de Olhos de Pernambuco. Segundo ele, em função dos hábitos atuais, tem crescido o número de pessoas à procura de atendimento médico sob queixa de sensação de olhos secos e irritados. “Entre os principais sintomas, estão a ardência, a hiperemia, ou seja, os olhos vermelhos, além do lacrimejamento e da fotofobia, que é a sensibilidade à luz. Isso vem a se manifestar mais frequentemente no fim do expediente de trabalho, depois de um dia inteiro de celular, ar-condicionado e computador”, detalha.

O uso de colírios lubrificantes está entre os tratamentos mais frequentes. Foto: Reprodução da internet
Entre as manifestações da Síndrome, há aquelas em que os olhos não produzem lágrimas suficientes para umedecer a região e aquelas em que as lágrimas não são drenadas naturalmente de forma adequada. Em alguns casos, a doença está associada a outros diagnósticos. “A Síndrome do Olho Seco pode ser primária, que a gente chama de Síndrome de Sjögren Primária, e pode ser secundária, que chamamos de Síndrome de Sjögren secundária, que está associada a outras doenças, como Artrite Reumatoide e Lúpus Eritematoso Sistêmico”, complementa o oftalmologista.

De acordo com Paulo Luchsinger, a programação de pequenas pausas durante a jornada de trabalho é fundamental para os profissionais que dependem do uso de celulares e computador. Cada intervalo proporciona um descanso aos olhos, evitando seu ressecamento por excesso de exposição às telas e ao ambiente refrigerado. É recomendável, ainda, evitar o uso prolongado desses equipamentos – sempre que possível. E, uma vez diagnosticada a Síndrome do Olho Seco, é importante dar início a seu tratamento.

Complexos ricos em Ômega 3 e óleo de linhaça também ajudam no tratamento do olho seco crônico. Foto: Reprodução da internet
“É importante programar intervalos ao longo do dia. Parar para tomar um café, ir ao banheiro, evitando, assim, permanecer por horas e horas seguidas em frente ao computador. Uma das principais medidas para o tratamento é o uso de lágrimas artificiais lubrificantes, além de tratamentos com medicação oral, como a prescrição de complexos ricos em Ômega 3 e óleo de linhaça, que também ajudam na produção lacrimal e no tratamento do olho seco crônico”, avalia o médico. “Em alguns casos, é indicado recorrer a algum procedimento cirúrgico, como nos casos da oclusão dos orifícios, dos pontos lacrimais, que são responsáveis pela drenagem das lágrimas. É sempre importante ressaltar a importância da consulta regular com o médico oftalmologista. Pelo menos, anualmente. Afinal, esses fatores são observados e examinados durante a consulta oftalmológica”, complementa o especialista. 
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