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Polícia prende homem apontado como ''grande traficante'' de Gravatá

Publicado: 11/07/2019 às 17:25

Rosto do suspeito não foi divulgado, apenas o momento de sua prisão - Divulgação/Polícia Civil/

Rosto do suspeito não foi divulgado, apenas o momento de sua prisão - Divulgação/Polícia Civil/

Rosto do suspeito não foi divulgado, apenas o momento de sua prisão - Divulgação/Polícia Civil
Foi preso na manhã desta quinta-feira (11) José Almir Barros de Morais, de 34 anos. Ele é apontado como o “chefão” do tráfico em Gravatá, no Agreste de Pernambuco. Em ação conjunta das polícias Civil e Militar, o homem foi encontrado por volta das 5h30 escondido em um sítio da zona rural do município. Almir já tinha sido preso temporariamente, mas foi solto em outubro de 2018 após ser inocentado, em júri popular, da acusação de um homicídio. As forças de segurança creditam a ele seis assassinatos ocorridos somente em 2019.

O delegado de Gravatá, Álvaro Grako, conta que Almir foi inocentado ano passado por medo do júri, visto seu grande poder. Através da Operação Rincha Fechada, foram cumpridos três mandados de prisão contra o homem - dois por homicídio e um por tráfico. Álvaro acredita ser pouco provável uma nova absolvição. “Ele pode ir a júri popular pelos homicídios, mas os inquéritos estão muito bem instruídos. Mas há o inquérito de tráfico de drogas, que não gera júri popular e, provavelmente, não ficará impune. Fizemos um trabalho que tira de circulação o maior traficante solto da cidade”, conta.

Álvaro sustenta que um mês após o homem ser solto, os índices de assassinatos em Gravatá dispararam: “Ele retomou seu território ao custo de muito sangue. Vitimou muitas pessoas que ocuparam as bocas de fumo dele”. Até o momento, cinco homicídios foram atribuídos oficialmente a Almir, mas suspeita-se que, entre outubro de 2018 e julho de 2019, ele tenha matado (ou mandado matar) dez. 

Ainda, há a suspeita de que o homem seja ligado ao PCC. “Acredito que esse trabalho, com certeza vai ajudar a diminuir os CVLIs (crimes violentos letais intencionais) naquela região”, pontua o delegado. 

Operação
Desde a semana passada, as forças de segurança estavam atrás de Almir. Na madrugada desta quinta, foi montada a ação para prendê-lo: primeiro cercando o perímetro no entorno do Sítio Palmeiras, local em que ele se escondia; depois, com batidas à porta de casa. Como ele não atendeu o chamado, foi necessário arrombar a porta. 

Delegado Álvaro Grako e o tenente-coronel da PM Fábio Batista explicam a operação policial - Diogo Cavalcante/DP
“Localizamos ele no quarto, com sua companheira. Ele não esboçou reação na hora”, relata o tenente-coronel Fábio Batista, da 5ª Companhia Independente de Polícia Militar. “Revistamos a residência e encontramos uma pistola .380 e dois carregadores, com 24 munições. Primeiramente ele negou que estava armado mas, após a revista, encontramos o material”, acrescenta.

Chama a atenção a forma com que os carregadores estavam, com dois tipos de bala se revezando - uma de características perfurantes e outra de impacto: “A arma ficava preparada para o que ele precisasse”, diz o tenente Fábio. Com isso, além dos mandados de prisão executados, Almir responde também por flagrante posse ilegal de arma.

Rinhas de galo
Almir é apontado como grande fã de rinhas de galo. Isso, inclusive, levou a polícia a batizar a operação que o prendeu como “Rinha Final”. “Semana passada, já à procura dele, fechamos uma rinha de galo onde ele sempre era visto. Fizemos vários TCOs (termos circunstanciados de ocorrência) por maus-tratos a animais”, discorre o delegado Álvaro. 

Por volta das 5h30, Almir foi levado para a carceragem da Polícia Civil em Gravatá e, depois, encaminhado ao presídio de Vitória de Santo Antão. Nesta sexta (12), ele deve ser submetido a uma audiência de custódia.
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