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Pássaros silvestres resgatados são repatriados para Pernambuco

Publicado em: 03/07/2019 16:36

Foto: Arquivo CPRH e Lu Rocha/Semas-PE

Nesta quinta-feira (4), 250 pássaros silvestres de diversas espécies, resgatados em ações de combate ao tráfico de animais silvestres, serão repatriados em Pernambuco. Mais de 90% das aves foram resgatados por órgãos como as polícias Militar e Civil de São Paulo. Esse está sendo considerado o maior repatriamento da história do Centro de Triagem de Animais Silvestres de Pernambuco (Cetas Tangara), da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH).

Estão no grupo 123 galos-de-campina (Paroaria dominica), 68 papa-capins (Sporophila nigricollis), 25 concrizes (Icterus jamacaii) e um pintasilva-do-nordeste (Spinus yarrellii), esta uma ave ameaçada de extinção. Todas são do Bioma Caatinga e virão do Sudeste após período de acompanhamento nos centros de Triagem das prefeituras de São Paulo e Barueri.

Acomodadas em caixas apropriadas, com frutas e água, as aves virão em voo Congonhas/Recife, com saída de São Paulo às 9h45 e previsão para desembarque às 13h, seguindo então para o Cetas Tangara, no Bairro da Guabiraba, Zona Norte do Recife. Lá, passarão por novo período de acompanhamento, agora se preparando para a soltura, que ocorrerá no Sertão pernambucano, em data a ser definida posteriormente.

No grupo, há também 21 patativas (Sporophila albogularis), quatro cancões (Cyanocorax cyanopogon), três cravinas (Lanio pileatus), três sabiá-da-mata (Turdus fumigatus) e dois periguitos-da-caatinga (Eupsittula cactorum).

Este novo repatriamento – o segundo que o Cetas Tangara recebe em 2019 – será feito pela Divisão Técnica de Medicina Veterinária e Manejo da Fauna Silvestre (Depave). Da Depave, virão 205 aves – mais de 90% apreendidos em ações de combate ao tráfico e o restante de entregas voluntárias. As 45 aves restantes estavam sendo acompanhadas no Cetas Barueri.

Em março, no primeiro repatriamento do ano, o Centro de Triagem da CPRH recebeu 186 animais encaminhados pelo Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS-PET), do Governo de São Paulo. Foram 165 aves de espécies da Caatinga e da Mata Atlântica do Nordeste e 21 iguanas. As iguanas ganharam de volta a liberdade ainda em março. Já as aves da caatinga serão soltas na próxima semana, no Sertão pernambucano.

OS REPATRIAMENTOS DO CETAS TANGARA

Setembro de 2015 – Antes mesmo de sua inauguração formal, que ocorreu em dezembro de 2016, o Centro de Triagem da CPRH realizou o seu primeiro repatriamento: 11 pássaros apreendidos em fiscalizações no Estado foram encaminhados para São Paulo, região de origem: seis coleirinhos, dois pixoxós, um pitassilgo, um tico-tico e uma araponga.

Janeiro de 2017 – O Cetas recebe 56 aves repatriadas de São Paulo. Típicas do Bioma Caatinga, elas foram resgatadas em fiscalizações da polícia paulista: galos-de-campina, patativas e cravinas, entre outras espécies, todas soltas em fevereiro do mesmo ano.

Julho e agosto de 2017 – Após oito meses de reabilitação no Cetas, 12 araras e três tucanos – vítimas do tráfico e resgatados em Pernambuco – foram repatriados para o Amapá, em dois voos Recife/Macapá.

Julho de 2017 – O Cetas recebeu 53 aves típicas do Nordeste resgatadas de São Paulo. No grupo, mais uma vez, muitos galos-de-campina (25), espécie muito visada pelo tráfico.  No mesmo mês, recebe 24 animais silvestres que receberam tratamento/acompanhamento do Ibama do Ceará, entre eles uma preguiça e 16 jabutis-piranga.

Agosto de 2017 – O Cetas Tangara realiza o segundo repatriamento para a capital paulista: após serem reabilitadas, 18 aves com ocorrência no Sudeste foram encaminhadas à Divisão de Fauna da Prefeitura de São Paulo: oito coleirinhos, três pintassilgos-goianinho, dois pixoxós, duas arapongas, um caboclinho-de-barriga-vernelha, um japu-preto e uma iraúna-grande.

Março de 2018 – No primeiro repatriamento do CRAS-PET, do Governo de São Paulo, o Cetas Tangara recebe 158 aves apreendidas em fiscalizações ocorridas em São Paulo. No grupo, 72 galos-de-campina, 29 papa-capins, 25 patativas, 12 concrizes, 12 azulões, 6 cravinas, um canção e uma rolinha-cascavel (também chamada de rolinha fogo-apagou).

Setembro de 2018 – O Cetas Tangara acolhe mais 125 aves da caatinga e 56 jabutis que eram acompanhados por órgãos ambientais em São Paulo. O repatriamento foi realizado pelo CRAS-PET e, desta vez, os animais vieram acomodados em um caminhão climatizado, percorrendo a distância – 2.700 quilômetros – em três dias de viagem. Aproveitando, o Cetas mandou para São Paulo seis aves típicas do Sudeste que estavam sendo cuidadas em Pernambuco: duas arapongas, duas jandaias-de-testa-vermelha, um japu e um pipira-vermelha.

Março de 2019 – Novo repatriamento do CRAS-PET faz chegar ao Cetas Tangara 165 aves (a maioria da Caatinga, mas algumas da Mata Atlântica do Nordeste) e 21 iguanas. Alguns dos animais foram de entrega voluntária, mas havia também muitos apreendidos em ações contra o tráfico em São Paulo e até casos de interceptações em tentativas de venda pela internet.



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