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Lençóis manchados apreendidos em Jaboatão não eram lixo hospitalar
Publicado: 04/07/2019 às 11:54

Lençóis passaram por perícia do Instituto de Criminalística. Foto: Polícia Civil de Pernambuco/Divulgação./

Uma mulher, que havia comprado quatro peças encontrou um esparadrapo escrito "contaminado", fez a denúncia ao Procon de Jaboatão. O órgão encaminhou os quatro lençóis comprados pela cliente além de outros quatro recolhidos na loja. "O laudo do IC concluiu que não havia danos à saúde do consumidor, pois não foram encontrados fluidos humanos, como sangue ou pus. Na linguagem comercial, contaminado quer dizer com defeito. O erro da loja, porém, foi não ter sinalizado que os produtos eram de segunda linha", afirmou a delegada titular da Delegacia do Consumidor, Beatriz Gibson.
De acordo com a delegada, a diretora de operações da rede Narciso Enxovais e o gerente da loja de Prazeres serão indiciados pelo artigo 66 do Código de Defesa do Consumidor, que diz respeito a "fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços".

Sobre a conclusão do inquérito, a Narciso Enxovais destacou, em nota, que "era a maior interessada na conclusão do inquérito policial, e colaborou durante toda a investigação, inclusive já tinha conhecimento da conclusão da perícia realizada pelo Instituto de Criminalística, que confirmou de forma clara e objetiva pela inexistência de contaminação hospitalar, contudo, em respeito e lealdade à Polícia Civil de Pernambuco, deixou de explorar tal informação até que fosse concluído o inquérito policial".
Em março, a consumidora procurou o Procon de Jaboatão suspeitando que os lençóis eram lixo hospitalar. As peças foram compradas por R$ 29,90, cada. Quando chegou em casa, o filho percebeu as manchas e, por causa do histórico de importação de tecidos contaminados em Pernambuco, alertou a mãe.
Relembre

A Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) chegou a apreender tecidos manchados nos galpões da empresa Santa Cruz do Capibaribe, Toritama e Caruaru. O estoque foi incinerado. Na época, o então governador Eduardo Campos acusou os Estados Unidos, de onde as cargas vieram, de liberar o lixo hospitalar. No dia 21 de outubto, agentes do FBI - a polícia federal norte-americana - chegaram a Pernambuco. Eles ajudaram as autoridades brasileiras a investigar a importação irregular de lixo hospitalar.
Em dezembro de 2011, a PF informou que identificou manchas de sangue nos tecidos apreendidos nos contêineres e revelou que o dono da exportadora TexPort era cearense. Em janeiro de 2012, os contêineres com lixo hospitalar retornaram para os EUA a bordo do navio Cap. Irene. Em 15 de abril de 2013, uma carga com tecidos limpos foi liberada pela Receita Federal para que a empresa NA Intimidade retomasse as atividades.
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