Meio Ambiente

Esculturas preenchidas com lixo chamam a atenção sobre a poluição no Recife

Publicado em: 06/06/2019 18:12 | Atualizado em: 06/06/2019 18:35

Garça está instalada no Cais da Alfândega. Foto: Bruna Costa/Esp.DP.
Uma garça, uma capivara e uma garoupa feitas de alumínio e preenchidas com lixo foram instaladas em três pontos do Recife para chamar a atenção da população sobre o descarte correto de resíduos sólidos na capital pernambucana. A ação faz parte do projeto Cidade Limpa, uma extensão para toda a cidade do Praia Limpa, que tem o objetivo de conscientizar recifenses e turistas sobre o descarte de lixo.

Na campanha deste ano, estão envolvidas, diariamente, cerca de  três mil pessoas no trabalho de coleta e limpeza da cidade, que gera uma média de 1,5 mil tonelada de lixo recolhido por dia e 45 mil toneladas por mês, além de uma média de 30 mil toneladas de entulhos mensalmente. "A instalação das peças feitas com reciclados é uma ação de educação ambiental. O objetivo é mostrar o impacto do descarte incorreto", afirmou o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife, José Neves.

Feitas com aço, as peças são preenchidas com garrafas plásticas. Foto: Bruna Costa/Esp.DP.
As esculturas com o formato de animais, feitas com material reciclado e assinadas pelo artista pernambucano Alexandre Almeida, estão espalhadas em três regiões da cidade. A capivara, a garoupa e a garça foram instaladas, respectivamente, na Avenida Rui Barbosa, no Segundo Jardim da Praia de Boa Viagem e no Cais da Alfândega. Feitas com aço e preenchidas com garrafas plásticas, as peças têm o objetivo de deixar um recado sobre efeitos do descarte incorreto do lixo.

"Espero que as pessoas se conscientizem. Criei essas obras justamente para que as pessoas possam se sentir tocadas. As peças que fiz são animais da nossa região que estão sofrendo com a poluição, com os lixos em seus habitats", comentou o artista que assina as obras e que há dez anos trabalha com material reciclado. 

Do Cais da Alfândega, onde está uma das esculturas, é possível observar a poluição do Rio Capibaribe. Foto: Bruna Costa/Esp.DP.
O administrador de empresas Hugo Barros, 32, que trabalha no Centro do Recife, lamentou que, apesar da presença da escultura no Cais da Alfândega, chama a atenção de quem passa pelo local o lixo jogado no Rio Capibaribe. "Quando a maré está baixa, conseguimos ver a quantidade de lixo. É uma situação que me deixa muito triste", disse.

As esculturas foram colocadas sobre plataformas de madeira com pontos de iluminação. Ao lado de cada um, uma placa informa sobre a campanha e dá dicas sobre como "mudar o Recife para melhor". A sinalização indica que recifenses e visitantes "assumam a responsabilidade pelo seu lixo; não joguem lixo no chão, nos rios, na areia ou no mar; separe o orgânico do reciclável antes de descartá-lo e use os ecopontos e ecoestações da Prefeitura do Recife". Outro texto na placa pontua ainda que quando o lixo é jogado no lugar certo, "diminui a poluição nos mangues, rios e mar; preserva os animais; ajuda a evitar alagamentos nas épocas de chuva e deixa a cidade mais limpa e saudável".

Lixeiras
Mais 800 lixeiras serão colocadas em toda a cidade. Foto: Blenda Souto Maior/DP.
O Cidade Limpa também prevê a ampliação em 28% da quantidade de lixeiras papeleiras do Recife. Atualmente, a capital pernambucana conta com 3 mil lixeiras deste tipo, que são as mais comuns e ficam afixadas em postes. A partir do projeto, serão implantados mais 800 depósitos em toda a cidade.

Além das lixeiras de papel, a cidade conta com 67 Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) em locais públicos, onde a população pode fazer o descarte de materiais recicláveis, como plásticos, vidros, alumínios e outros tipos. Há ainda a opção das ecoestações, onde pode haver o descarte de objetos maiores como sofás, camas e demais eletrodomésticos. As ecoestrações do Recife estão nos bairros do Ibura, Imbiribeira, Campo Grande, Totó, Cohab, Torrões, Torre, Arruda, Pina (Via Mangue) e Iputinga.
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