INFANTICÍDIO

Mãe de criança de São Lourenço que morreu por espancamento também foi detida

Publicado em: 21/05/2019 19:19 | Atualizado em: 21/05/2019 19:24

Silvânia Maria Viana foi encaminhada à Colônia Penal Feminina. Foto: Reprodução Internet
Uma insatisfação com o gênero do própria filha. Este foi a explicação dada pela mãe de uma bebê de cinco meses para o fato de o pai da criança, o biscateiro Augusto Silva da Cruz, 23 anos, tê-la assassinado na última sexta (17), em São Lourenço da Mata. Na ocasião, ele foi preso em flagrante. Na tarde desta terça (21), entretanto, a polícia prendeu a mãe da bebê, Silvânia Maria Viana, e desacredita da versão originalmente dada por ela sobre a questão do gênero como motivo para o assassinato.

O casal é investigado pela delegacia de São Lourenço da Mata, na região metropolitana do Recife, em dois inquéritos: um pelas agressões constantes pelas quais a menina passava - segundo relatos inclusive de profissionais de saúde que acompanhavam a família – e outro pelo assassinato (tentativas e consolidação) da mesma. O delegado Diogo Santiago Barbosa Pontes, titular da 28ª delegacia do município, afirmou que a prisão de Silvânia faz parte de uma das frentes de investigação que a polícia tinha, a partir dos depoimentos coletados. Na primeira linha do inquérito, ambos tiveram mandados de prisão relativos às agressoões. No Cotel, onde encontra-se, Augusto confirmou que a esposa também agredia a criança.  Profissionais de saúde que a acompanharam desde a gestação, também contam da postura de abandondo e agressividade por parte da genitora. “A mãe batia na criança constantemente e a agrediu na véspera mesmo do seu assassinato. Ela tinha lesões causadas por ambos, que concorreram para que a morte acontecesse. Por isso, iremos indiciá-la no segundo inquérito, de assassinato, nesta quarta (22)”, afirmou o delegado. 

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) constatou que a criança tinha fraturas na costela e crânio. “As agressões eram motivadas, unicamente, pelo choro. A mãe, inclusive, tem histórico de agressão com outros filhos, tendo perdido a guarda de ambos. Um é do Augusto, o outro, de uma terceira pessoa. Não há relatos de envolvimento do casal com bebidas ou drogas, embora ele já tenha sido investigado por tráfico. O que parece é que tenha sido uma questão de frieza mesmo, irresponsabilidade e violência. Tomados de raiva por um simples choro, não raciocinavam e agrediam”, explica.  Augusto continua no Cotel, receberá um novo mandado de prisão e Silvânia, 25 anos, desempregada, fez exame de delito no IML, devendo seguir para a Colônia Feminina. 

Relembre o Caso – Na sexta (17), a polícia prendeu em flagrante delito, por homicídio, Augusto Silva da Cruz, 23,  na rua Sítio Cajá, em São Lourenço da Mata. A vítima foi sua própria filha, a menor de cinco meses de idade, que vinha sendo agredida por ele, segundo relatos da mãe, há pelo menos três meses.  Depois de dar entrada em um hospital da cidade, o bebê chegou a ser encaminhada ao IMIP, ia ao caminho do Hospital da Restauração, mas não resistiu e faleceu durante o trajeto. Inicialmente, o motivo pelo qual o pai a agredia, segundo a mãe, seria o fato de a criança ser menina, e não menino. “Esta história surgiu na ocasião da prisão do pai, levantada por Silvânia, mas esta versão é suspeita, pois ela entra em contradições. Não nos convenceu”, afirma o delegado. A mãe alegava que sofria violência do marido e que ele não permitia o socorro da menina, por isso não havia levado a criança ao hospital durante os episódios de agressão. A pena dos agressores pode ser de 12 a 20 anos de prisão. A casa da família foi destruída, por fogo, pelos vizinhos.
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