Operação Mar aberto
Esquema de lavagem de dinheiro era mantido por meio de eventos promovidos pelo DJ Jopin
Por: Diario de Pernambuco
Publicado em: 10/05/2019 13:11 | Atualizado em: 10/05/2019 14:34
Na foto, José Pinteiro Costa Neto (esq.) e José Pinteiro Júnior (dir). Foto: Everson Verdiao/ArquivoDP (Na foto, José Pinteiro Costa Neto (esq.) e José Pinteiro Júnior (dir). Foto: Everson Verdiao/ArquivoDP) |
De acordo com a polícia, a família Pinteiro conseguia uma evolução patrimonial de até 100% a cada ano tendo um crescimento exponencial de bens para manter uma vida de luxo. Apenas ontem foram apreendidos 34 carros, um valor resultante de R$ 24 mil reais entre libras, dólares e reais, além de obras de arte raras, joias e documentos. O grupo financeiro de José Pinteiro mantinha 11 empresas das quais apenas três estavam realmente ativas e as outras serviam apenas para lavagem de dinheiro. De acordo com a Secretaria da Fazenda, R$ 65 milhões foram sonegados e o empresário foi alvo de 77 execuções fiscais. Foi registrada uma movimentação financeira de R$ 358 milhões em um período de cinco anos.
"Nenhum valor foi restituído aos cofres públicos e a partir da comunicação ao Ministério Público de Pernambuco, a delegacia começou a investigação que resultou na operação. Com o andamento do inquérito esses bens bloqueados devem ser revertidos ao pagamento dos créditos tributários devidos para que seja revertido em serviços públicos", comentou o gerente geral de operações da Secretaria da Fazenda, Marcelo Bellei.
Aníbal Pinteiro, primo do DJ Jopin, sendo detido pela Polícia Civil. Foto: Divulgação/PCPE. (Aníbal Pinteiro, primo do DJ Jopin, sendo detido pela Polícia Civil. Foto: Divulgação/PCPE.) |
SAIBA MAIS
Com o andamento das investigações, a polícia chegou a outros suspeitos. Já que o José Pinteiro Costa Neto não mantinha contas ativas em banco, os valores sonegados eram movimentados em contas de terceiros. Segundo detalhou a delegada Priscila Von Sohsten, todos tinham conhecimento do esquema. O suspeito identificado como Rômulo Robério Tavares Ramos movimentava os valores milionários que a família devia ao estado. A organização criminosa arrecadava com a venda dos produtos e serviços e não apresentava notas fiscais, nem declaravam à Receita Federal e o dinheiro sonegado era repassado a contas de Rômulo, da esposa dele, Patrícia de Lima Oliveira, que é revendedora de cosméticos e mantinha em sua conta bancária valores acima de R$ 4 milhões.
Outras irregularidades foram descobertas pela polícia ao longo das investigações, como o envolvimento de homem identificado como Júlio Machado da Costa Filho, falecido em 2009, mas que era sócio de uma das empresas de Pinteiro até o ano de 2012. "Já que José Pinteiro não tinha conta bancária, ele utilizava as contas das empresas para fazer a lavagem de dinheiro. Foi deferida a desconsideração da personalidade jurídica para demonstrar que se trata de uma empresa só com o mesmo endereço e os mesmos sócios, mas com vários nomes diferentes. O próprio José Pinteiro da Costa Neto aparecia como sócio e depois retirava o nome", detalhou Sohsten.
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