educação

Escola do Coque ganha laboratório

Publicado em: 29/04/2019 10:47

Rayane vê o laboratório como oportunidade de aprender mais. Foto: Leandro Santana/Esp. DP
Rayane vê o laboratório como oportunidade de aprender mais Rayane Alves, 13 anos, mora na Ilha Joana Bezerra, área central do Recife, e estuda na Escola Professor José da Costa Porto, no mesmo bairro. Semanalmente, ela via colegas de turma seguirem juntos para o Centro de Educação, Tecnologia e Cidadania (Cetec), na Boa Vista, onde acontecem aulas de robótica. Todos eram meninos. Ontem a estudante viu o sonho de usar robôs para aprender se tornar realidade, quando o quarto laboratório da rede municipal do Recife foi inaugurado na escola onde ela estuda. Sem precisar sair da unidade de ensino, ela vai poder usar impressora 3D, kits de robótica, microscópios, tablets, câmeras fotográficas e de filmagem, vidraria e substâncias químicas reagentes. Os equipamentos estão à disposição dos 817 alunos.

Até o fim do ano, a prefeitura pretende entregar outros nove laboratórios. Além da José da Costa Porto, as escolas Rodolfo Aureliano, na Várzea, com 900 alunos; Pedro Augusto, na Boa Vista, com 400 estudantes; e Professor Antônio de Brito Alves, na Mustardinha, com 800 alunos, contam com espaços semelhantes.

“Fizemos contato com os laboratórios já inaugurados e todos estão funcionando bem, cheios de alunos. São espaços que vão além da pesquisa tradicional. Incorpora inovação e prepara os estudantes para as profissões do futuro”, afirmou o prefeito Geraldo Julio, que participou da cerimônia de entrega do laboratório.

Os laboratórios são formados por quadrantes: Laboratório Convencional de Ciência Básica, Instrumentação Científica, Robótica e Programação e Espaço Maker. “Este é o mais avançado. Tem uma tecnologia a mais, além dos equipamentos que já existem nos outros, com a astronomia”, destacou o secretário de Educação do Recife, Bernardo D’Almeida.

A estrutura foi inaugurada pelos alunos com uma oficina de slime. “Gostei porque vou poder participar mais das atividades. Tem mais meninos nelas porque muitas meninas acham que é só para eles. Eu não acho isso. Nem cor, nem roupa, nem educação tem essa coisa de menino e de menina. É para todos e todas”, afirmou Rayane. “Eu já ia para o Cetec, mas agora vou ficar porque é perto de casa”, disse Matheus Santos, 14, do nono ano do Ensino Fundamental.

"Brasil produziu excelentes políticas públicas", diz professor Dr. Vital Didonet

Podemos falar que a primeira infância é a base para uma vida adulta? A relações, os cuidados e estímulos irão determinar o que a criança vai ser ao longo da vida?
Que a primeira infância é a base para a vida adulta é uma afirmação fundamentada nas ciências que estudam o desenvolvimento infantil. Não estamos mais falando em suposições, expectativas ou experiências individuais, mas em constatações que vêm sendo feitas pela psicologia, pela psicanálise, a medicina, a pedagogia, a sociologia da infância e, mais recentemente, pela neurociência. Já no século XIX algumas ciências começaram a comprovar a relação entre vivências na infância e comportamentos na vida adulta. Mas foi no século XX que as ciências se debruçaram sobre a criança investigando como se dá seu desenvolvimento e como a criança aprende. Esse esforço concentrado de várias áreas de pesquisa e de cuidados profissionais à criança fez com que o século XX merecesse ser chamado de “O século da criança”. Nesse século que a ONU escreveu a Declaração dos Direitos da Criança e firmou a Convenção dos Direitos da Criança; que houve as grandes conferências de presidentes e chefes de Estado sobre os direitos da criança e o dever do Estado em assegurar seu cumprimento. Nas últimas três décadas do século passado também foram firmados planos internacionais para promover o cuidado e o desenvolvimento da criança. Isso tudo tem uma razão: os pesquisadores, os profissionais e os governantes ficaram convencidos de que é na primeira infância que se constrói a base da vida adulta – uma boa base, que dá segurança e direção ética ou uma base frágil, com fraturas psicológicas, que desestruturam a pessoa e dificultam seu desenvolvimento. Tudo é mais difícil para quem teve uma infância com sofrimento psíquico, que foi desrespeitado, sofreu agressões, exploração, abandono, que teve sua infância roubada pelo trabalho infantil, pela impossibilidade de brincar, pela falta de diálogo e de liberdade para aprender. O cuidado integral, nele incluída a educação, na primeira infância, associado a um ambiente que estimula, que convida, que dá espaço e tempo para a criançater variadas experiências e aprendizagens determinam, em grande parte, a sua personalidade e o desenvolvimento que a criança vai realizar na sua existência.

Quais são as políticas públicas mais importantes hoje no que diz respeito à primeira infância, e como estão sendo cobradas suas práticas no Brasil hoje?
As políticas são definições e decisões de prioridades, mas elas precisam concretizar-se em planos e programas. Por isso, é importante identificar os programas, projetos e atividades que acontecem na sequência das definições políticas. O Brasil produziu, nos últimos 30 anos, excelentes políticas públicas voltadas à Primeira Infância, nas áreas da saúde, da educação infantil, da assistência social e da proteção em diferentes direitos. Elas são de diferentes naturezas: nacionais, aquelas elaboradas de forma participativa pela União, os estados e municípios e executadas em conjunto; federais, as de iniciativa do governo federal e para as quais, geralmente, a União pede a adesão dos estados e ou dos municípios.


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