Neurociência

Livro aborda importância das relações afetivas com linguagem acessível

Publicado em: 24/03/2019 16:54 | Atualizado em: 24/03/2019 17:01

Crédito: Bruna Costa/Esp DP FOTO

A resposta mais esperada para a pergunta “do milhão” de todo pai ou mãe: que será que se passa pela cabeça do meu filho? Como ele pensa e interpreta o mundo à sua volta? Buscando oferecer algumas respostas para estes questionamentos, a psicóloga Pompéia Villachan- -Lyra, juntamente com Ericka Fernanda F. de Queiroz, Rosemery Batista de Moura e Márcia de Oliveira Gomes Gil acabam de lançar o livro Entendendo o Desenvolvimento Infantil, pela editora Appris. 

O objetivo é lançar luz sobre algumas destas questões por meio da contribuição da neurociência e analisar o papel das relações afetivas para pais e educadores. O livro está à venda no site da editora e das maiores livrarias do país – físicas ou online - como a Amazon e a Saraiva.

Em visita ao Diario de Pernambuco, uma das autoras, Pompéia Villachan-Lyra, afirmou que o livro foca na primeira infância, de zero aos cinco anos de idade, e procura mostrar aos responsáveis como identificar brincadeiras adequadas para a sua faixa etária, de que forma as relações afetivas influenciam o desenvolvimento do cérebro desde a infância e como promover o desenvol- vimento em cada fase. 

O destaque é para a importância das relações de afeto, mostrando como podem prevenir fatores como ansiedade e outros transtornos de comportamento que, muitas vezes, manifestam- -se apenas na vida adulta.

“O objetivo é falar tudo isto com uma linguagem descomplicada, indo além de uma instrução de como cuidar de uma criança, contribuindo para que as pessoas possam compreender como ocorre o neurodesenvolvimento infantil. Afinal, após 10 anos de pesquisas na Universidade, a UFRPE, meu grande desejo era que estas informações chegassem aos pais ou profissionais que atuam com a primeira infância”, afirma.

No primeiro capítulo, as autoras exploram o desenvolvimento do cérebro com conceitos complexos como plasticidade cerebral, mas traduzido com uma linguagem acessível. Em dado momento, aborda especificamente os marcos do desenvolvimento em cada faixa etária explicando o que se espera do desenvolvimento para esta idade e oferecendo sugestão de brincadeiras específicas. 

A proposta é atuar como uma espécie de guia para um cotidiano de interação como, por exemplo, a sugestão de levar para o momento do banho instantes de acolhimento. “Coisas extremamente importantes quemoldarãoocérebrodosbebês.Uma simples brincadeira de estátua, por exemplo, ajudaadesenvolverconsciência corporal e vocabulário. São ações pedagógicas simples e lúdicas que estruturam o funcionamento deste cérebro neste período crítico do desenvolvimento quando esta parte do corpo está completamente acessível e disponível para o desenvolvimento de linguagem”, explica. 

Neste sentido, entra a questão do uso do eletrônico e da necessidade do seu uso moderado. “Ao restringir o tempo da utilização destes aparelhos, abrimos para a criança a possibilidade de outras experiências. Isto porque o cérebro usa a lógica do uso ou desuso. Existem áreas motoras, por exemplo, que só serão desenvolvidas se houver movimento. É na primeiríssima infância que vamos informar ao cérebro o que é relevante e precisa ser estimulado”, afirma.

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