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Lençóis contaminados são apreendidos em loja de Jaboatão

Publicado em: 21/03/2019 14:14 | Atualizado em: 21/03/2019 21:59

Crédito: Chico Bezerra/PJG

Equipes do Procon e da Vigilância Sanitária do Jaboatão dos Guararapes encontraram 20 lençóis de solteiro com suspeita de contaminação, que estavam à venda na loja Narciso Enxovais, no bairro de Prazeres. Todo o material foi apreendido nesta quinta-feira (21) e será encaminhado ao Instituto de Criminalística, onde será feito o exame para descobrir a origem da contaminação.

O caso também será levado à Delegacia do Consumidor para abertura de inquérito policial. A fiscalização aconteceu depois do Procon Jaboatão receber uma denúncia de uma consumidora que comprou uma peça e encontrou uma etiqueta suspeita. 

"Fiz a compra no sábado. Ontem, quando fui lavar, encontrei um esparadrapo escrito 'contaminado'. Meu filho me mandou soltar o lençol na mesma hora, dizendo que não sabíamos que tipo de contaminação poderia ser essa e me alertando para um caso similar, que aconteceu em Santa Cruz do Capibaribe. Na época, suspeitavam que a mercadoria tratava-se de lixo hospitalar", recordou Maria de Fátima Cândido. 

"O material apreendido aponta a existência de resíduos. Nós não podemos afirmar que resíduos são estes e nem a origem deles, mas tudo será encaminhado para o Instituto de Criminalística, para que lá seja avaliado se essas substâncias apresentam risco ao consumidor e, caso a resposta seja afirmativa, que riscos são esses", explicou o coordenador de Fiscalização do Procon do Jaboatão, Erik Gondim. 

"Por cautela, apreendemos o produto e encaminharemos para a Delegacia do Consumidor. A partir daí, deve ser instaurado um inquérito para que esse material seja encaminhado para a perícia. O papel do Procon nesse trâmite é fiscalizar. De fato, encontramos lençóis com marcas suspeitas e com etiquetas de contaminação", adiantou Gondim. 

De acordo com Erik, por se tratar de um comércio de grande porte, caso seja comprovado que esse resíduo seja hospitalar, o valor da multa pode chegar a mais de R$ 3 milhões, que é o valor máximo previsto no Código de Defesa do Consumidor.  

Às 21h46 desta quinta-feira, a Narciso enviou uma nota oficial sobre o caso. Confira trecho: 
 
A Narciso Enxovais, empresa dedicada a venda de produtos para o seu lar, vem a público apresentar esclarecimentos sobre a fiscalização realizada pelo Procon, em conjunto com a Vigilância Sanitária Municipal, na filial de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes, neste dia 21/03/2019, manifestando desde já total repúdio à forma como o termo técnico “contaminação” foi utilizado fora de contexto e sem qualquer cuidado por parte do PROCON e, indevidamente, replicado pela imprensa.

Ademais, desde já, a Narciso informa que o produto objeto da repercussão não apresenta NENHUM risco à saúde de seus clientes. A “contaminação" trata-se de um termo técnico utilizado pela indústria têxtil quando o produto apesenta pequenos defeitos estéticos, conforme classificação da própria ABNT (ABNT NBR 13175:1994; define os termos utilizados na denominação dos defeitos de tecido de malha por trama). 

Vejamos:
Contaminação de fibras de urdume e contaminação de fibras de trama (ABNT
NBR 13378): a contaminação é tudo que está diferente no tecido em relação ao
que ele foi projetado. Tecido contaminado (ABNT NBR 13378): inserção de sujeiras na construção do tecido, provenientes de pó, atrito do fio e sobras de fios de identificação, podendo ocorrer durante todo o processo necessário para passar os fios para serem tecidos. Qualquer fio ou sujeiras indevidas são considerados contaminação.
 
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