Saúde

Centro de Dor Orofacial é inaugurado na Policlínica Lessa de Andrade

Publicado em: 20/03/2019 19:56 | Atualizado em: 20/03/2019 20:02

Crédito: Ikamahã/Sesau PCR

Por ano, mais de 2 milhões de brasileiros sentem dor orofacial, aquela que atinge as regiões da cabeça, face, pescoço ou boca. Dentre os usuários do sistema municipal de saúde do Recife, porém, um número semelhante é desconhecido e começará a ser descoberto agora, com a criação de Centro de Controle da Dor Orofacial. O espaço inaugurado nesta quarta-feira (20), na Policlínica Lessa de Andrade, funcionará como uma terceira opção de procura para pacientes que desenvolvem esse problema de saúde na rede pública do Recife. Ao mesmo tempo, dará a dimensão da demanda real de atendimento e servirá de modelo para a criação de novas unidades semelhantes dentro da rede.

Dor orofacial, de acordo com a Sociedade Brasileira de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial (SBDOF), é toda dor associada aos tecidos moles e mineralizados da face e da cavidade oral. As situações clínicas mais comumente associadas a ela são as dores de dente e as disfunções (DTM), porém inflamações, traumas, tumores ou até mesmo a junção de traumas com maus hábitos como chupar chiclete podem gerar a dor. “A gente sempre considera que as DTMs estão intimamente relacionadas com mudanças no nível de estresse do indivíduo. Às vezes, ele tinha desde pequeno a situação, mas quando está mais estressado há uma tendência a ter exacerbação da função”, explicou a dentista do Lessa de Andrade Lúcia Vanderlei.

De acordo com ela, muitos pacientes chegam ao consultório com queixas de dor na mandíbula ou no ouvido, formigamento e dor na orelha. “Às vezes, a dor de cabeça também é consequência de uma parafunção que a pessoa tem. Só que é difícil você receber os pacientes agudos no consultório, muitos deles já chegam com a situação crônica”, detalha Lúcia Vanderlei. Até então, no Recife, só havia outros dois serviços especializados públicos, o que gerava uma fila de espera de até seis meses para realizar o atendimento especializado. Espera-se que o Centro de Controle da Dor Orofacial da Policlínica Lessa de Andrade possa desafogar o sistema.

Para isso, cerca de 300 dentistas da rede de atenção básica foram capacitados para identificar a necessidade de fazer o encaminhamento ao centro especializado. Por isso, os pacientes deverão procurar primeiro as equipes de Saúde Bucal das Unidades de Saúde da Família ou das Unidades Básicas Tradicionais. “A gente vai conhecer uma demanda que não conseguia identificar dentro do município. É preciso que os profissionais estejam habilitados para identificar os casos e fazer o encaminhamento, por isso a capacitação antes da abertura. A partir de agora, será possível saber quantas pessoas procuram o serviço, qual a demanda e quantos ambulatórios semelhantes será preciso abrir na cidade”, afirmou a secretária de saúde em exercício, Eliane Germano.

O Centro de Controle da dor funcionará de forma a favorecer a escuta ativa do paciente, já que parte dessas dores podem ter fundo emocional ou em traumas recentes. Por isso, não haverá birô dividindo profissionais e pacientes. Também haverá orientação sobre prevenção de disfunções como dificuldade de abrir e fechar a boca, zumbidos e dores. Foram investidos cerca de R$ 30 mil na implementação do espaço, que funcionará segundas, terças, quintas e sextas-feiras. 
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