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Após incêndio, GAC tenta arrecadar verba para construção de UTI pediátrica

Publicado em: 22/03/2019 12:19 | Atualizado em: 22/03/2019 12:44

Na foto, a oncologista pediátrica e presidente do GAC-PE, Vera Morais.
Foto: Tarciso Augusto/Esp. DP

O Grupo de Ajuda à Criança Carente com Câncer (GAC) retomou nesta sexta-feira (22) os serviços administrativos um mês após um principio de incêndio interromper as atividades da instituição. Um quadro de distribuição de energia alétrica, localizado no andar térreo entrou em curto-circuito, no último dia 22 de fevereiro, provocando susto nos funcionários e pacientes, que precisaram deixar a unidade desde então. O retorno do atendimento médico no Centro de OncoHematologia Pediátrica (CEONHPE) do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), localizado no bairro de Santo Amaro, está previsto para a próxima segunda-feira (25).

O acidente não comprometeu a estrutura do edifício, já que se tratou de um incêndio localizado. As fontes elétricas foram montados e testados desde a última quarta-feira (20) e uma obra emergencial precisou ser realizada. Após ocorrido, as 14 crianças que estavam internadas recebendo tratamento foram relocadas para o pavilhão que divide o atendimento entre pediatria e neurologia. Também foi improvisado um ambulatório em um dos prédios de radioterapia do Oswaldo Cruz. 

"Precisamos trazer as crianças apenas em uma situação de plena segurança, sabendo que eles são bem mais vulneráveis a infecções por conta do tratamento. Quando a gente transfere 14 crianças da oncologia isso também repercute em outros serviços. Nossos pacientes moram muito mais tempo no hospital do que nas suas casas. Não só as crianças, mas suas famílias também. Por exemplo, crianças com leucemia na primeira fase do tratamento chegaram a ficar de 30 a 40 dias hospitalizadas", detalha a oncologista pediátrica e presidente do GAC-PE, Vera Morais.

Um incêndio atingiu o andar térreo do GAC no dia 22 de fevereiro.
Foto: Tarciso Augusto/Esp. DP

Apesar do incidente ter deixado o GAC parado por um mês, a oncologista diz que foi um período de solidariedade e gratidão. "Estamos aqui de braços abertos, voltamos com toda segurança e tranquilidade para que todos recebam a assistência que merecem. Temos muito a agradecer por todas as doações que recebemos nesse momento. Foram 30 dias parados e o prejuízo financeiro foi grande. Mas quero saber agora que a gente pode voltar e recuperar. A sociedade é muito solidária e quero agradecer a todos", disse Vera. A obra teve valor total de R$ 32 mil custeados por recursos próprios do GAC.

O Centro de OncoHematologia possui atualmente 24 leitos ativos, funciona em um prédio de sete andares e recebe cerca de 80 pacientes diariamente no ambulatório. Um dos pavimentos está fechado há três anos à espera de recursos para construção de uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). A instituição tenta mobilizar recursos orçados em R$ 800 mil. Apesar de existir UTI pediátrica no Hospital Oswaldo Cruz, as demandas do setor de oncologia precisam ser recebidas no prédio do GAC com o apoio da equipe multidisciplinar que atende as crianças.

Dependendo de doações, a instituição sem fins lucrativos tenta arrecadar dinheiro para construção de UTI pediátrica.
Foto: Tarciso Augusto/Esp. DP

Além dos 10 leitos de UTI, o projeto inclui um espaço para cuidados paliativos para acolhimento de pacientes e seus familiares e crianças que precisem de isolamento em casos de infecção. De acordo com Vera, as novas instalações irão dar continuidade ao trabalho humanizado realizado pela equipe. "A gente tem que ter um olhar diferenciado e temos um trabalho de humanização junto à equipe multiprofissional. Fazemos reunião de acolhimento com os pais, além da assistência do impacto do diagnóstico", diz.

O GAC possui um laboratório de suspeição de sinais e sintomas que atende uma demanda espotânea de pacientes, além daqueles que já estão com diagnóstico confirmado. Cerca de 40% das crianças que se tratam no Hospital estão com um quadro de leucemia. Por ser uma organização sem fins lucrativos, o Grupo conta com o apoio de 100 voluntários, recebe doações e a realização de bazares fixos de mobilização. As ajudas financeiras podem ser realizadas através de adoção de tratamentos de crianças com câncer ou por depósito em conta. Mais informações através do site www.gac.org.br/doacao.
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