Saúde

A felicidade está nas ondas do mar

Professor de surfe Sérgio Rocha diz que o esporte cura

Publicado em: 25/03/2019 06:47 | Atualizado em: 25/03/2019 06:55

Foto: arquivo pessoal
Antônio Sérgio Rocha Magalhães Filho, 33 anos, é o nome por trás do jargão: “Agende a sua aula de surfe com garantia de felicidade”. A marca Sérgio Rocha, professor de surfe, promete algo buscado por todo ser humano, de qualquer idade, gênero, raça ou país: o prazer de ser feliz. O baiano morador de Maracaípe, em Ipojuca, Litoral Sul do estado, usa as redes sociais para garantir a satisfação de seus alunos ao adentrarem o mar para praticar o esporte. Ex-vendedor de canetas em ônibus, Sérgio encontrou no mar o sossego para não trilhar caminhos errados. “O contato com a natureza cura, relaxa. Tive várias oportunidades de entrar na criminalidade.”

O surfe, diz Sérgio, é um esporte desafiador. Nessa premissa está também o segredo do aprendizado, da relação do ser humano com um poder maior: a natureza. “Conheço gente que chega aqui se achando, mas a realidade do mar é outra. Tem quem ‘quebre’ a cara, fique mais humilde. Porque o mar não funciona do jeito que a gente quer. Então, se a aula tá marcada e de repente a pessoa chega e não pode ter aula porque o mar não está com onda, tem que aceitar. Porque as coisas nem sempre são como a gente quer”, filosofa.

Médica, Luciana Siqueira, 43, aderiu ao surfe como uma terapia. “O surfe entrou na minha vida como forma de curar uma grande tristeza em decorrência de uma relação mal-sucedida. Queria um esporte no qual eu tivesse contato com a natureza. Uma amiga que já surfava há dois anos me falava muito. Quando dropei minha primeira onda, foi incrível. Quem controla tua vida lá dentro é ele, o mar, não você. Mas ao mesmo tempo isso causa fascínio, te faz superar limites que você não esperava ter. Surfe é vida, salva, me ajudou a curar a tristeza e a me reconectar com a natureza.”

Sérgio é autodidata. Aprendeu a surfar ainda adolescente, quando morava na Bahia. Hoje, paga as contas com seu trabalho no mar. Uma hora de aula custa R$ 80, mas um pacote com cinco aulas fica por R$ 65 e com dez, R$ 60. Em Pernambuco, é possível surfar em Maracaípe, mas também em Itapuama, Paiva, Enseada dos Corais, Gaibu, Serrambi, Porto e Muro Alto. “Eu ensino em Maraca, mas basta me levar para esses lugares que eu vou”, garantiu Sérgio.

Segundo ele, qualquer pessoa pode surfar e encontrar a tal felicidade pregada. Entre as dicas para começar no esporte estão não jogar o braço para cima enquanto está na onda, nem olhar para baixo. Ele avisa que ensina em um trecho de mar raso e que não há perigo durante a prática. Ele está sempre por perto. Se Sérgio é feliz? Ele diz que sim. “Acordar de manhã, ter o mar por perto, olhar o por do sol. Isso é felicidade. Prestar atenção nos pequenos detalhes da vida”, filosofou.
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