Olinda
Noite dos Tambores Silenciosos pede proteção para o carnaval
Por: Diario de Pernambuco
Publicado em: 25/02/2019 21:45
A cerimônia cultural-religiosa acontece sempre na segunda que antecede o Sábado de Zé Pereira. No catolicismo, as segundas-feiras são o dia das almas. Já nas religiões afros, é o dia dos eguns. "A Noite dos Tambores Silenciosos rompe com o silêncio normativo sobre a violência praticada pelo racismo. Revivemos as lutas daqueles que nos permitiram estar aqui e evocamos nossos ancestrais para proteger a todos durante o carnaval", explica o sacerdote da Jurema e fundador do Quilombo Cultural Malunguinho, Alexandre L’Omi L’Odò.
Em 2019, o evento presta homenagem ao Mestre Afonso Gomes, falecido em abril do ano passado. Nove grupos de Maracatus de Olinda participam da solenidade: Nação Camaleão, Nação Badia, Nação de Luanda, Nação Maracambuco, Leão Coroado, Nação Estrela de Olinda, Nação Sol Brilhante e Tigre. O Noite conta ainda com a participação do Maracatu Raízes de Pai Adão, do Recife, convidado pelos organizadores.
Cada nação desfila até a Igreja do Rosário dos Homens Pretos, onde canta duas loas e aguarda a cerimônia. O ponto alto da cerimônia acontece à 0h, quando os batuques dos tambores e os cânticos que reverenciam as entidades e os ancestrais são silenciados numa adoração aos orixás e à Nossa Senhora do Rosário. Quem conduz a cerimônia é o babalorixá Santo Amaro Rodrigues, do Ilê São João Batista. O ritual da meia-noite tem duração de 30 minutos. A frente da igreja é banhada de perfume e, em seguida, há um rufar de tambores e a tradicional queima de fogos.
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