Folia

Carnaval da Resistência marcou manhã do Clube Náutico

Publicado em: 27/02/2019 14:13

Foto: Luciano Ferreira/PCR
Simone Conceição das Montanhas, 32 anos, ficou viúva quando a filha ainda era muito bebê. Entrou em processo de depressão e já não conseguia mais cuidar de Vitória, hoje com um ano e oito meses. Mãe e filha estavam, hoje pela manhã, dançando ao som de uma orquestra de frevo. A mudança na vida das duas vem se dando aos poucos.

Cristina de Oliveira, 79, também estava na festa onde Simone dançava com a filha. Pela primeira vez, entrou em um grupo de pessoas idosas, o Viver a Vida, de Campina do Barreto. Estava feliz, falante, ao lado de dezenas de mulheres como ela. Fugitivas de uma solidão que insistem em impor às pessoas mais velhas.

O Carnaval da Resistência, como foi batizado, aconteceu, nesta manhã, no Clube Náutico Capibaribe, na Avenida Rosa e Silva, nos Aflitos. Foi promovido, pelo segundo ano consecutivo, pela Secretaria de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos, da Prefeitura do Recife. Participaram da festa, pessoas de 4 a 17 anos e acima de 60 anos atendidas pelo Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV); e gestantes, além de crianças até seis anos atendidas pelo Programa Primeira Infância do Sistema Nacional de Assistência Social. O público estimado é de duas mil pessoas.

Simone, por exemplo, tem conseguido se reinventar com o apoio do Programa Primeira Infância. Pessoas que atuam no Centro Social Bidu Krause, no Totó, vão com frequência à casa dela para ajudar nos cuidados com Vitória. “Eles brincam com ela, perguntam se comeu”, contou Simone, que é dona de casa. A ideia, explicou a secretária municipal, Ana Rita Suassuna, é trabalhar, desde a gravidez, o vínculo entre mãe e filhos. Muitas delas são oriundas do programa Mãe Canguru, destinado a mulheres e seus filhos prematuros.

Cristina, por outro lado, é público do SCFV. Entre as metas do serviço está prestar atendimento a pessoas em situação de isolamento, vítimas de violência ou abuso, crianças fora da escola ou em situação de acolhimento, menores de idade em cumprimento de medida socioeducativa ou egressos de tais medidas, protegidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, em situação de rua ou trabalho infantil, além de pessoas com deficiência. A festa desta manhã contou com uma variedade de pessoas. E sua riqueza estava exatamente nisso.
Os comentários abaixo não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.
MAIS NOTÍCIAS DO CANAL