Justiça

Julgamento dos assassinos do médico Artur Eugênio pode terminar mais cedo

A expectativa é de que o júri se encerre na quarta-feira. Um dos julgados é o médico Cláudio Amaro

Publicado em: 10/12/2018 14:47 | Atualizado em: 10/12/2018 15:15

Imagem: Leo Malafaia/Esp DP

Dois homens acusados pela morte do médico Artur Eugênio de Azevedo Pereira, ocorrida em maio de 2014, estão sendo julgados na tarde desta segunda-feira (10). Cláudio Amaro Gomes, apontado como o mandante do crime, e Jailson Duarte César, que seria o intermediário para contratação dos executores do homicídio, começaram a ser julgados na 1° Vara do Tribunal do Júri de Jaboatão dos Guararapes. Outros dois acusados foram a júri popular em setembro de 2016. A princípio o julgamento iria se alongar por cinco dias, mas a expectativa é de que a audiência encerre na próxima quarta-feira (12), já que a juíza Inês Maria de Albuquerque Alves deferiu o pedido feito pela defesa de Cláudio, para não exibir as mídias da fase de pronúncia e a defesa de Jailson dispensou as três testemunhas que havia convocado, reduzindo o tempo dos debates.

O júri começou por volta do meio dia com o sorteio dos jurados. Foram sorteados seis homens e uma mulher. A juíza solicitou uma hora de intervalo e logo após, por volta das 14h, a viúva de Artur Eugênio, Carla Rameri, foi a primeira testemunha a ser ouvida. "São quatro anos de sofrimento. A família está destroçada emocionalmente. A família quer que isso tenha um fim. Inclusive o próprio Conselho Regional de Medicina cassou o registro de Cláudio, pelas faltas éticas que Artur disse que iria denunciar e logo depois foi assassinato. Tanto é que essas faltas éticas foram motivos da cassação do diploma de Cláudio", argumentou o assistente de acusação, Daniel Lima.

A defesa de Cláudio Gomes levou seis testemunhas, sendo quatro informantes, o cirurgião Cláudio Lacerda, a recepcionista do consultório do réu, a esposa, dois filhos e um irmão de Cláudio. "Não há nenhum elemento de prova que vincule Dr. Cláudio Gomes ao homicídio de Dr. Artur Eugênio. Essa é a realidade que emerge dos autos", comentou advogado Bruno Lacerda, que defende Cláudio Gomes.

Já a defesa de Jailson, vai apresentar o argumento de que o réu não teve participação no crime. "A linha de defesa é a inocência total. Jailson foi acusado de ser articulador do crime, o mentor intelectual. Em seu depoimento ele explica que jamais cometeu o crime", disse advogado Elysio Pontes.

Cláudio Amaro Gomes, seu filho Claudio Amaro Gomes Júnior, Lyferson Barbosa da Silva, Flávio Braz de Souza e Jailson Duarte César foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio duplamente qualificado como responsáveis pela morte do médico Artur Eugênio. Flávio Braz morreu durante uma troca de tiros com a Polícia Militar, em fevereiro de 2015. 

Artur foi executado com tiros na cabeça e nas costas na noite do dia 12 de maio no ano de 2014, às margens da BR-101, próximo a Comportas, em Jaboatão dos Guararapes. A vítima foi seguida desde o local de trabalho e abordado quando chegava à sua residência, sendo levado ao local onde foi morto. O carro dele foi incendiado na mesma estrada, já no Recife.

Artur e Cláudio eram cirurgiões torácicos e trabalharam juntos, até Artur descobrir irregularidades cometidas por Cláudio em procedimentos cirúrgicos no Hospital das Clínicas, passando a ser perseguido, situação que se complicou quando Artur passou a se destacar cada vez mais no cenário médico pernambucano. Cláudio teve o diploma cassado pelo Conselho Regional de Medicina de Pernambuco em abril deste ano.

"É uma dor muito grande, mas confiamos em Deus, na justiça da terra que os culpados serão punidos conforme a lei. Imagine você ficar cara a cara com um monstro? Mandar matar meu filho e chorar no caixão. Artur era muito ético, não comentava com ninguém, só falava que não dava para trabalhar com Cláudio porque era desonesto", comentou o pai de Artur, Alvino Luiz Pereira, de 68 anos.

O filho de Artur completa seis anos nessa semana e pergunta constantemente pelo pai, comentou emocionada a mãe de Artur Eugênio, Maria Evane de Azevedo. "Eu só queria ter a oportunidade de perguntar a esse senhor se ele já amou na vida, se conheceu o amor. Se ele sabia o que é tirar o filho de uma mãe da forma que ele fez covardemente. Se ele sabia o que é deixar um filho sem o pai da maneira que ele deixou o meu neto, que ainda hoje clama pela presença do pai. Clamamos por justiça. Ele não volta, mas acalma o coração da gente saber que houve justiça na terra", lamentou.
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