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Vida Urbana
Caso Serrambi

Irmãos kombeiros, acusados de matar adolescentes, vão pedir R$ 1 milhão de indenização ao Estado

Valfrido e Marcelo Lira foram absolvidos definitivamente pelo STJ da acusação na semana passada. Agora, querem indenização para reparar danos morais

Publicado: 20/12/2018 às 11:37

Marcelo e Valfrido com a mãe. Foto: Heitor Cunha/DP/D.A Press/

Marcelo e Valfrido com a mãe. Foto: Heitor Cunha/DP/D.A Press/


Os irmãos kombeiros Marcelo José de Lira, 49 anos, e Valfrido Lira da Silva, 50, que foram inocentados definitivamente pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) a justiça da acusação de terem matado as  adolescentes Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão, vão processar o Estado. O anúncio foi feito pelo advogado Jorge Wellinton, que defende os dois. Valfrido e Marcelo devem pedir uma indenização de R$ 1 milhão pelos prejuízos ao ser indiciados pelas polícias federal e civil como acusados de assassinar as adolescentes. O advogado disse que vai aguardar o retorno do recesso do judiciário em janeiro para dar entrada com a ação.

Por enquanto, Valfrido e Marcelo permanecem trabalhando como kombeiros na região de Ipoujuca. "Eles estão bem, apesar do prejuízo emocional e com a imagem por conta das acusações, mas estão sobrevivendo", disse o advogado. O último recurso de apelação junto ao STJ, em Brasília, foi julgado na semana passada, favorecendo os dois irmãos, acusados de assassinar as duas estudantes em maio de 2003. Agora, não há mais recurso. Processo está transitado e julgado. 

A morte das adolescentes, que completa 16 anos em maio de 2019, teve repercussão nacional. As duas adolescentes tinham 16 anos na época, quando desapareceram após um passeio de lancha na Praia de Serrambi, Litoral Sul do estado. Os corpos das duas foram encontrados, em estado de decomposição, em um canavial, no distrito de Camela, muncípio de Ipojuca, dez dias depois, pelo pai de Tarsila. Os irmãos Marcelo e Valfrido foram acusados do crime, após investigações das polícias Civil e Federal. Em setembro de 2010, os kombeiros foram submetidos a júri popular em Ipojuca, quando foram absolvidos. Em março de 2015, a 1ª Câmara Criminal do TJPE decidiu, por unanimidade, manter o resultado do júri popular.

As investigações do Caso Serrambi duraram sete anos até a realização do júri popular por conta das diferenças entre o então promotor de Ipojuca, Miguel Sales, falecido em outubro de 2014, e a Polícia Civil. Em segunda instância, o recurso foi negado por unanimidade. Em agosto, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Reynaldo Saores da Fonseca, da 5ª Turma, também negou, o recurso especial que pedia a anulação do júri popular realizado em 2010. Agora, o recurso foi negado de vez, inocentando definitivamente os kombeiros.
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