Caso Artur Eugênio
Caso Artur Eugênio: Começa terceiro dia de julgamento
Desde segunda-feira, Jailson Duarte César e Cláudio Amaro Gomes estão sendo submetidos a Júri Popular por homicídio duplamente qualificado por motivo torpe sem possibilidade de defesa da vítima
Por: Mariana Fabrício
Publicado em: 12/12/2018 10:33 | Atualizado em: 12/12/2018 10:56
Começou o terceiro dia de julgamento de dois acusados pelo homicídio do médico Artur Eugênio de Azevedo, no Fórum de Jaboatão dos Guararapes. Desde segunda-feira, Jailson Duarte César e Cláudio Amaro Gomes estão sendo submetidos a júri popular por homicídio duplamente qualificado por motivo torpe sem possibilidade de defesa da vítima. A previsão é de que se encerre ainda hoje, podendo se estender para a madrugada da quinta-feira.
Os dois réus foram ouvidos ontem à tarde durante interrogatório. Na sessão de hoje começarão os debates jurídicos. A defesa e a acusação terão até 2h30 para expor suas teses, com possibilidade de réplicas e tréplicas. Após esse momento, os jurados se reúnem isoladamente para decidir sobre a absorção ou condenação dos réus.
“Para a promotoria, a ansiedade e a inquietação pela justiça passou pelos quatro denunciados. Cláudio Amaro Gomes é o acusado responsável efetivamente pela montagem, arquitetura, os ódios são dele, a formação do grupo, a delegação de tarefas. Ele é o acusado mais ardil porque o convite para morte de Artur foi feito por ele”, comentou a promotora do Ministério Publico de Pernambuco, Dalva Cabral.
Para a acusação, os suspeitos serão julgados da mesma forma, mas Cláudio foi o responsável pelo crime. “O filho dele, os executores, o agenciador, não sabiam, na verdade, que Artur estava aceitando um convite para morrer porque ele não poderia brilhar. Cláudio Amaro é o idealizador de toa essa tragédia que sangra até hoje o coração não só da família, mas de toda a sociedade que perdeu um grande medico”, argumentou Dalva.
A expectativa é de que os debates se realizem de forma contínua, podendo durar até nove horas para que seja determinada a decisão do Júri.
Para a defesa de Cláudio Amaro, não houve participação no crime e o réu será inocentado. “Ele jamais soube da intenção criminosa do filho. Se soubesse, teria impedido. Ele respondeu a todas as perguntas de forma honesta com a mais pura expressão da verdade. Ele é um homem de caráter, correto é jamais se atou ao crina e à ilegalidade”, comentou Braulio Lacerda.
O Caso
O médico Artur Eugênio de Azevedo, 35 anos, foi encontrado morto no dia 12 de maio de 2014 às margens da BR-101, no bairro de Comporta, no município de Jaboatão dos Guararapes. O Ministério Publico de Pernambuco denunciou o caso como um desentendimento profissional, já que Cláudio é Artur eram sócios e colegas de profissão.
Segundo os autos do processo, Cláudio Amaro foi apontado como mandante. Desde 2014, quando ocorreu o crime, ele está preso no Centro de Observação e Triagem Professor Everaldo Luna (Cotel), em Abreu e Lima. Ele teria contado com a ajuda do filho, Cláudio Amaro Gomes Júnior, que foi condenado por executar o plano de homicídio.
Outros envolvidos foram Flavio Brás, que morreu em uma troca de tiros com a Polícia Militar, em fevereiro de 2015. Já Cláudio Júnior e Lyferson Barbosa da Silva foram condenados em Júri Popular realizado em detentos 2016. O primeiro cumpre pena de 34 anos de reclusão e o segundo, 26 anos e quatro meses de reclusão.
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