Ciências da Natureza

Manhã tranquila no segundo dia de provas do Enem

Na Unicap, candidatos preferiram chegar cedo para evitar tumulto perto do fechamento dos portões

Publicado em: 11/11/2018 16:18 | Atualizado em: 11/11/2018 17:35

Rua Bernardo Guimarães, na Unicap, pouco antes de abrir os portões. (Rosália Vasconcelos/DP/DA Press)
Rua Bernardo Guimarães, na Unicap, pouco antes de abrir os portões. (Rosália Vasconcelos/DP/DA Press)

O segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi tranquilo na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), bairro da Boa Vista, um dos prédios com maior número de estudantes. A maior parte dos candidatos optou por chegar cedo no local de provas. Por volta das 10h30, havia muita movimentação nas ruas do entorno da Unicap, mas sem tumulto, trânsito nem confusão. Como Pernambuco não aderiu ao horário de verão, os portões abriram pontualmente às 11h.

A estudante Giovanna Paiva, 19 anos, preferiu não arriscar um atraso e chegou às 10h20 deste domingo (11). Ela era a primeira da fila no portão do bloco G. “Não queria me atrasar por isso cheguei cedo. Aqui no centro do Recife tem muito trânsito, mesmo nos dias de domingo. Mas não fui a primeira chegar aqui na Unicap”, disse Giovanna, que presta o Enem pela terceira vez. 

Ela disse que já cursa Medicina Veterinária na UFPE. “Estou fazendo a prova para aumentar minha nota caso eu queira tentar alguma universidade aqui em Pernambuco”, disse. A primeira pessoa a chegar na Unicap foi volta por volta das 7h30, mas a candidata preferiu não se identificar para evitar ser alvo de piadas nas redes sociais. 
Portões foram abertos às 11h e fecharam às 12h, por conta do horário de verão. (Rosália Vasconcelos/DP/DA Press)
Portões foram abertos às 11h e fecharam às 12h, por conta do horário de verão. (Rosália Vasconcelos/DP/DA Press)

No prédio da Unicap, muitos estudantes que foram fazer as provas já eram veteranos do Enem. Alguns já estavam cursando o ensino superior e buscavam aumentar a pontuação do Enem para conseguir migrar para a UFPE ou obter uma bolsa pelo ProUni. 
As irmãs Vitória Caroline, 19 anos, e Vanessa Gabriela, 14 anos, foram parceria nos estudos durante o ano de 2018. No segundo dia do Enem, chegaram juntas para fazer a prova. “Estou fazendo Enem pela terceira vez, mas já curso Enfermagem em uma faculdade particular. Quero subir minha nota para tentar a UFPE. Ano passado, eu fiquei em terceiro lugar na fila de espera”, contou Vitória. 

Ela disse que sua irmã, Vanessa, apesar de cursar o primeiro ano do ensino médio, está fazendo a prova por experiência, pois vai tentar Medicina. “Estou incentivando minha irmã nos estudos, dou dicas para ela nos assuntos e como eles são cobrados no Enem. Principalmente em relação à redação, que é uma das provas que considero mais difíceis”, completa Vitória. 

Faltando cinco minutos para o fechamento dos portões, o clima ficou tenso na Rua Bernardo Guimarães, que dá acesso ao bloco G da Unicap. No meio da correria de quem chegava atrasado, o mecânico Eduardo Soares dos Santos, 42 anos, deixou a moto no meio da rua, desceu descalço para entregar a carteira de identidade que o enteado havia esquecido em casa. “A mãe dele me ligou desesperada porque já era quase meio-dia e Rafael tinha esquecido o documento em casa. Peguei a moto e do jeito que eu estava, vim. Consegui chegar em dez minutos aqui”, disse Eduardo aliviado, após deixar o RG nas mãos do enteado. 

APOIO - A ansiedade de alunos e de pais que aguardavam do lado de fora da Unicap era reconfortada por integrantes do Movimento Siga-me, um grupo que reúne jovens de diversas religiões do bairro do Jordão, Zona Sul do Recife, para promover ações sociais e levar mensagens de apoio a quem precisa.
Mensagens de apoio e confiança foram distribuídas entre os candidatos. (Rosália Vasconcelos/DP/DA Press)
Mensagens de apoio e confiança foram distribuídas entre os candidatos. (Rosália Vasconcelos/DP/DA Press)

Segurando cartazes com mensagens encorajadoras como “Você vai conseguir”, o grupo desejava boa prova, batia palmas para o estudantes e animava os ânimos dos tensos. “É o primeiro ano que estamos realizando esse tipo de ação no Enem. Mas gostamos, sentimos que as pessoas aprovaram e no próximo anos faremos novamente para trazer amor, confiança e positividade neste dia tão importante”, disse um dos integrantes do Siga-me, Alessandro Silva, 24 anos, que cursa Educação Física. A adolescente Ester Alves, 14 anos, que também participa do grupo, incrementou: “Quando for a minha vez no Enem, eu quero poder receber esse carinho”. 

FECHAMENTO DOS PORTÕES - Quando os portões fecharam, às 12h, três pessoas deixaram de entrar no prédio. Uma das foi o estudante Felipe Francatti, 23 anos. “Eu cheguei entrar no bloco A da Unicap mas me confundi com os prédios e estava atrasado. No que eu saí de um prédio para outro, os portões fecharam”, lamenta Felipe, que mora no Curado, na Zona Oeste do Recife. “Eu saí de casa umas 10h20 e o ônibus só passou às 10h50. Se ele não tivesse demorado tanto ou eu não tivesse me perdido, teria dado tempo”, completou Francatti. 
Alguns candidatos não conseguiram chegar a tempo para fazer as provas de Ciências da Natureza. (Rosália Vasconcelos/DP/DA Press)
Alguns candidatos não conseguiram chegar a tempo para fazer as provas de Ciências da Natureza. (Rosália Vasconcelos/DP/DA Press)

Mesmo de motocicleta, Clóvis Francisco dos Santos, 20 anos, também não conseguiu entrar para fazer a prova do segundo dia do Enem. “Esse já seria o terceiro ano que faço o Enem, porque curso Fisioterapia numa faculdade particular e quero aumentar minha nota para conseguir o ProUni ou Fies. Como eu preciso trabalhar e estudar, é muito cansativo. Eu cheguei atrasado hoje (domingo, 11) porque trabalhei ontem até as 19h e estou cansado”, desabafou Clóvis, que mora em Olinda. Ele havia saído de casa às 11h30. 
 

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