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DP NOS BAIRROS

Segunda-feira também é dia de praia na Zona Sul

Frequentadores da orla do Pina aproveitam dia de folga para curtir o lazer mais em conta e com estrutura de Zona Sul, incluindo o calçadão e policiamento

Publicado em: 05/10/2018 08:09

Orla do Pina tem público e fiel e o atendimento e preço mais em conta são atrativos. Foto: Marlon Diego/Esp.DP
A cara é de domingão de sol, mas o calendário marca segunda-feira, um dia convencional de trabalho para a maioria das pessoas. Na praia do Pina, na entrada de Brasília Teimosa, a labuta é só para quem faz o comércio ambulante e dos bares. Entre 11h e 15h, o movimento de banhistas é intenso e os vendedores precisam dar conta da sede de consumo.

Cruzar a fronteira que dá para o lazer quando a maioria segue a rotina de um dia qualquer é frequente para a atendente Conceição Ferreira, 38 anos, e o companheiro dela, o militar Wellington Gomes, 56. O casal mora no Pina e vai para a praia a pé. Na segunda-feira ela costuma folgar e aproveita para curtir a praia. “Esse trecho da orla é o melhor porque o preço é bom e a cerveja é gelada. Na Barraca do Marrom o atendimento é vip. Ele é simpático e, se a gente não quer ficar, ele logo baixa o preço para conquistar o cliente”, elogiou Conceição.

A praia do Pina também atrai pessoas da Região Metropolitana do Recife. Eduarda Queiroz, 19 anos, trabalha como autônoma e mora no Timbi, em Camaragibe. Há dois anos, frequenta a mesma orla. Para chegar lá, precisa pegar dois ônibus e o metrô. “O ônibus desce pertinho da praia. Por isso gosto de vir para cá”, justifica. Os preços, diz, é que estão um pouco salgados. Um litro de refrigerante por R$ 10 é muito caro. O peixe também tá com o preço salgado, por R$ 60”, queixou-se.

A maior parte dos frequentadores está de folga, é trabalhador de final de semana ou está desempregado. Buscam no Pina lazer mais em conta e praia com estrutura de Zona Sul. Os bares com música ao vivo são uma atração à parte. “Aqui é bom porque tem um sonzinho, o clima é diferente, tem as meninas”, comentou Claiton José Nascimento, 23, que mora no Ibura e também pega dois ônibus para curtir o mar.

Willans da Silva, 26, também vem do Ibura para comercializar caldinho na praia do Pina. Trabalha no negócio há seis anos. “Essa é a praia mais próxima de onde moro. Aqui eu vendo bem, mas ultimamente a venda de caldinho tá muito concorrida. Antes eu vendia mais rápido”, lamentou. Willans aproveita para se encontrar com amigos do bairro em um ambiente onde se sente mais representado. “Aqui tem pessoas que me fazem bem. Só tá faltando wi-fi, porque no Buraco da Velha tem”, disse, referindo-se à praia vizinha.

Bem perto do calçadão, uma placa avisa dos riscos de ataque de tubarão. Nem todo mundo percebe. Carolina Silva, 24, frequenta o lugar há muitos anos e nunca tinha visto tal placa. Ficou surpresa. Carolina, que está desempregada, foi à praia com alguns parentes, entre eles uma menina de 8 anos, que conheceu o mar naquele dia. Moradora do Cordeiro, o Pina é a praia mais acessível para ela e a família. “Os ônibus com destino para cá passam um atrás do outro”, explica.

A Praia do Pina e seus frequentadores ganham olhar enviesado de algumas pessoas que trabalham nas imediações. O local já registrou episódios violentos, inclusive com tiros. Em 2013, os focos se voltaram para o lugar porque uma criança morreu atropelada por uma moto cujo motorista circulava na faixa de areia. No posto da PM, a equipe de plantão diz que as principais ocorrências se relacionam a crianças que se perdem dos pais ou responsáveis. A tarde começa a cair naquele trecho de litoral. E o movimento agora é contrário. O destino é a própria casa. As paradas de ônibus seguem lotadas. Para aqueles banhistas, a semana somente recomeça na terça-feira.

 
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