religião

Fechado há seis anos, templo do Bonfim reabre as portas

Fechado há seis anos, templo do Bonfim teve recuperação concluída via PAC das Cidades Monumentos. Adro de São Francisco também foi restaurado

Publicado em: 25/10/2018 10:16

Obras recuperaram aspecto original de dois marcos arquitetônicos do Sítio Histórico. Foto: Peu Ricardo/DP
Há seis anos, as aposentadas Elma Bezerra, 78, e Socorro Azevedo, 74, não assistem à missa na Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, no Sítio Histórico de Olinda. O templo foi interditado em 2012, depois que a torre sineira apresentou rachaduras e alguns ornatos externos desabaram. A recuperação foi incluída no PAC das Cidades Monumentos. Após alguns entraves, as obras reiniciadas em abril de 2017 foram entregues ontem à comunidade, em clima de festa. A programação das missas no templo ainda não foi divulgada.

“É uma alegria e uma resposta de muito fervor das orações ao Nosso Senhor do Bonfim, que proteja a igreja e acolha os seus fiéis”, ressaltou Elma. Ao lado dela, Socorro também comemorava. “É uma satisfação muito grande. Foi muita luta, mas a comunidade sozinha não conseguiria fazer a restauração da igreja”, apontou.

Os recursos para a recuperação do templo foram da ordem de R$ 2 milhões e a obra foi acompanhada pela Secretaria de Patrimônio de Olinda e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O projeto de restauro foi coordenado pela Arquidiocese de Olinda e Recife e assinado pelo arquiteto Jorge Passos. “É uma grande satisfação reabrir a Igreja do Bonfim para a comunidade. Queremos iniciar as celebrações o quanto antes”, afirmou o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido. 

A obra incluiu a recuperação da coberta e do forro, do assoalho do coro e dos dois modelos de mosaico, um na nave e outro no piso que dá acesso à sacristia. Também foi feita a requalificação do ossuário. “Havia uma cobertura na parte externa, onde está localizada parte do ossuário, que era rente à parede do imóvel vizinho. Quando chovia, caía água no muro dela”, explicou Ana Cláudia, secretária-executiva de Patrimônio de Olinda. 

Na área interna, as gavetas dos ossuários foram limpas. A igreja mantém a guarda de 340 conjuntos de restos mortais. “Nenhum foi removido. Havia, inclusive, uma recomendação do Ministério Público”, ressaltou a arquiteta do Iphan, Vânia Cavalvanti, que acompanhou a obra. Também na área interna do templo foram pintadas as paredes. Durante a prospecção arqueológica, foi encontrada uma pintura anterior com desenhos de flores. A descoberta foi deixada à mostra. “Nós preferimos deixar uma amostra de como era a parede e futuramente essa pintura pode vir a ser recuperada”, explicou Vânia. No forro da nave também se encontra uma pintura com o desenho de crucifixo, mas que não chegou a ser restaurada. “A recuperação deverá ocorrer em breve”, assegurou a arquiteta do Iphan. Os altares laterais do transpecto e o altar-mor da Capela-mor foram pintados de branco e os detalhes receberam tinta com película de ouro, mantendo a característica original. Na área externa foi recuperada a torre sineira, com pintura da fachada em branco e detalhes amarelos. Também forma refeitas as instalações elétrica e hidráulica.

ADRO
Ontem também foi entregue ontem pelo Iphan a obra de restauro do Adro de São Francisco, localizada no Sítio Histórico. A obra orçada em R$ 3 milhões foi iniciada em 2016 e mudou o panorama do projeto anterior. Para preservar prospecções arqueológicas como a descoberta de uma antiga escadaria em pedra, o projeto anterior deixava à mostra um trecho da escadaria. No projeto atual, toda a área foi coberta e no lugar de escadas foi construída uma rampa na frente da igreja que dá acesso ao adro e ao cruzeiro.
“Nós tivemos que resgatar a integração do espaço do templo com o adro e o cruzeiro, que não estavam mais sendo visitados pela comunidade. A rampa possibilita uma maior integração”, explicou a arquiteta Vânia Cavalcanti. Também foi refeita a pintura da fachada da igreja e obras de acessibilidade ao templo. 

 
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