Denúncia

Fábrica de pipocas é interditada pela delegacia do Consumidor

A polícia investigou denúncia de que foi encontrado um rato dentro de um saco de pipocas e que uma criança passou mal após comer um biscoito fabricados pela Kinitos

Publicado em: 01/10/2018 15:16 | Atualizado em: 01/10/2018 15:20

Delegada Beatriz Gibson que investigou o caso. Foto: Polícia Civil/Divulgação

Após denúncia de que foi encontrado um rato morto dentro da embalagem de pipocas, a Delegacia do Consumidor interditou nesta segunda-feira (1°) a fábrica Kinitos, localizada na Zona do Norte. A indústria Ordep Fabril Nordeste LTDA, que produz as pipocas e os salgadinhos, passou por uma vistoria da Vigilância Sanitária do estado. A fiscalização na indústria aconteceu após um grupo de mães procurar a polícia para denunciar que um menino teria encontrado um rato queimado dentro do saco da pipoca e de outra criança passado mal após se alimentar com um biscoito fabricado pela Kinitos. 

De acordo com a delegada Beatriz Gibson, titular da delegacia do Consumidor, durante a vistoria realizada na fábrica, foram constatadas diversos problemas. Entre eles a falta de manutenção no maquinário antigo, sujeira nos equipamentos e sacos de rejeitos acumulados em uma área exposta, que deixavam de ser recolhidos semanalmente. 
Segundo a delegada, a criança, moradora do bairro de Abreu e Lima, comeu metade do saco de pipoca, que continha um roedor dentro, durante o expediente na escola. "A aula começou, então o garoto guardou o restante da pipoca para comer em casa, quando ao comer o restante da pipoca, a mãe percebeu o rato seco, misturado às pipocas. Era um rato muito pequeno, mas era um rato", disse Beatriz. 

A mãe dessa crianças e de outras três, que também comeram a mesma pipoca, prestaram depoimento na delegacia. Segundo a delegada, a empresa marcou encontro com as quatro mães das crianças, que comeram a pipoca, e com a do garoto que se alimentou com o biscoito. "Eles chegaram na reunião, trazendo kits de brindes. Conversaram com as mães, disseram que iriam levar as crianças ao médico, comprar antibióticos, houve toda uma negociação. A empresa não negou socorro", informou a delegada. Segundo Beatriz, cada uma das mães recebeu R$ 500, em espécie. 

Só após esse encontro é que as mães procuraram a polícia. "Elas resolveram prestar queixa, depois que uma das crianças que comeu o biscoito do kit ofertado passou mal", completou.  Amostras dos biscoitos foram encaminhadas para análise no Instituto de Criminalística. Se for comprovado alguma irregularidade, a pena para esse tipo de crime, vai de dois a cinco anos de prisão.   "Espero que a produção dessa fábrica, só retorne de fato quando a indústria estiver de acordo com as normas da vigilância sanitária", falou a delegada. Segundo ela, toda a pipoca apreedida durante a vistoria foi levada para ser incinerada pela Emurb. O caso do rato aconteceu em agosto deste ano e como as vítimas não procuraram logo a polícia para prestar queixa, não há prova material da denúncia. Apenas as fotos. 

A Ordep Fabril Nordeste LTDA informou por meio de nota divulgada à imprensa que colaborou com a polícia para esclarecer os fatos investigados. A empresa garantiu que o processo de produção passa por “rigorosas” e “constantes” fiscalizações. Há mais de 45 anos no mercado, a indústria afirma que segue todas as normas exigidas pela legislação sanitária e que "nunca foi comprovado algo semelhante ao denunciado”. A Kinitos disse que faz o controle de pragas e que seu processo produtivo impede que qualquer objeto diferente do tamanho da pipoca passe para a linha de produção, uma vez que o alimento passa por três peneiras com barreiras e por um sistema de transporte por meio de canalização a vácuo. 
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