Urbanismo
Mercado de São José será requalificado e transformado em polo de atração cultural
As obras, orçadas em R$ 8,8 milhões, estão previstas para começar no segundo semestre do próximo ano
Publicado em: 28/07/2018 12:51 | Atualizado em: 28/07/2018 12:51
O eixo principal do projeto é a requalificação da arquitetura do Mercado São José, com restauro das estruturas desde as suas fundações, incluindo a parte de ferro fundido (original), as esquadrias, os vitrais e todas as áreas onde existem processos de oxidação, aparentes ou internos. Também inclui a reforma das venezianas de vidro (1/3) e de madeira (2/3), aplicação de novos pisos mais adequados para limpeza e acessibilidade, restauro da cobertura e criação de um mezanino para onde serão realocados os restaurantes e lanchonetes que hoje funcionam na área externa do mercado (próximos aos banheiros) e no pavilhão sul.
L’Amour explica que essa rua é delimitada por duas muretas em pedras de Lioz, que hoje se escondem entre os boxes que foram acrescentados durante o projeto da primeira grande reforma em 1988. “Esse novo projeto pretende devolver o desenho original do Mercado São José, realocando esses boxes dessa rua interna para os pavilhões norte e sul e também os que ficam em frente ao mercado para o mezanino. Pretendemos liberar os dois grandes eixos de circulação do mercado e restabelecer a leitura e a espacialidade do edifício”, afirma o arquiteto Ronaldo. Aas calçadas do entorno e os banheiros externos também serão requalificados dentro dos preceitos da acessibilidade.
“Todos os boxes precisarão ser refeitos, principalmente os do setor de peixaria, onde será implantado um sistema de refrigeração moderno para que os produtos não fiquem expostos. Vamos fazer a individualização da energia elétrica e o embutimento das fiações, introduzindo novos medidores. O projeto contempla também a reestruturação da coleta de lixo, a oferta de mesas e cadeiras no mezanino para atender os bares e restaurantes e a criação de áreas de lazer e descanso. Na rua principal dentro do mercado, vamos ter quiosques para comércio e a criação de um espaço adaptado para contar, com recursos digitais, toda a história do Mercado São José”, conta Rúbia. 49
Atualmente, a URB está trabalhando no projeto executivo, que está em fase de conclusão, previsto para dezembro deste ano. “Quando for concluído, o projeto executivo segue para os órgãos de análise, que são, além da própria URB, a CSURB (gestora do mercado), a Diretoria de Preservação do Patrimônio Cultural, o Iphan, o Corpo de Bombeiros e a Secretaria de Meio Ambiente. O tempo de análise por essas instâncias duram em média seis meses.
Comerciantes serão ouvidos
“Com a reforma do mercado, algumas questões serão reformuladas. A primeira será renovação do cadastro dos permissionários. E os que hoje utilizam os boxes como depósitos serão obrigados a dar uso ou correrão o risco de perder o direito de comercializar ali. A intervenção na gestão é essencial para de fato atingir a melhoria e ressignificação que queremos dar ao Mercado São José. Isso inclui um importante trabalho do cardápio inteligente, que é nada mais que oferecer comida boa, em condições adequadas de higiene, comida gelada a um preço justo e ao mesmo interessante para o comerciante”, destaca ainda a presidente da Csurb.
A parte mais difícil do grande projeto de requalificação do Mercado São José será conciliar as obras com o dia a dia dos comerciantes, por isso a previsão de execução de um projeto dessa magnitude tem prazo de conclusão de, no mínimo, dois anos. De acordo com Berenice Andrade Lima, presidente da Autarquia de Serviços Urbanos (Csurb), órgão da Prefeitura do Recife que gere os mercados públicos da cidade, toda a parte de execução envolvendo os permissionários será negociado com eles a partir de setembro. Ao todo, 590 permissionários estão registrados na Csurb. O preço do metro quadrado dos boxes do Mercado São José é R$ 15, o mais caro entre todos os mercados públicos da cidade.
“Para onde eles vão, quando eles vão, tudo será discutido com os comerciantes. Não vamos começar as obras sem essa definição pormenorizada de como vai acontecer. A proposta é que as obras aconteçam em partes justamente para reduzir o tempo em que eles precisarão estar fora do mercado. E é importante destacar que não vai haver redução no número de permissionários e é fundamental a participação deles”, ressalta Berenice. Segundo a gestora, as reuniões vão acontecer por etapas e divididos por grupos de negócio (pessoal da peixaria, pessoal do artesanato, pessoal dos descartáveis) porque cada um tem demandas diferentes. Segundo a URB, a área dos boxes, que somada hoje totaliza 1.868 m², será reduzida para 1.755 m² para atender as demandas.
Saiba mais
1875 foi o ano de inauguração do Mercado São José
Todo montado em estrutura de ferro fundido, arquitetura típica do século XIX
É reconhecido e tombado como Patrimônio Histórico
Louis Vauthier adequou o projeto original ao clima tropical do Recife
3.541 m² é o tamanho da área coberta do mercado
1.868 m² é a área dos boxes somada
O prédio é formado por dois pavilhões (norte e sul), com
377 boxes
27 pedras de peixe
34 barracas internas (que vendem comidas e caldo de cana)
70 barracas espalhadas pela calçada do pátio
590 é o número de permissionários que atuam no Mercado São José
1,3 toneladas de peixe e 400 kg de crustáceos são vendidos semanalmente no mercado
Em frente, localiza-se a Praça Dom Vital ou Praça do Mercado
Em 1941, foram substituídas as venezianas de madeira e vidro por cobogós de cimento
Em 1973 foi tombado pelo Iphan
Em 1980 foi criada a Zona de Preservação dos Sítios Históricos Santo Antônio/São José
Em 1988 foi iniciada a primeira grande reforma do mercado
Em 1989, um incêndio destruiu parte do mercado, danificando-lhe a estrutura
Em 1994 foi o ano da conclusão da primeira grande reforma por que passou o mercado
R$ 15 é o valor do m² dos boxes do Mercado São José, sendo o metro quadrado de mercado mais valorizado do Recife
Serviço:
Bairro de São José
Segunda à sábado: 06h às 18h
Domingo: 6h às 12h
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