Saúde

Por que alguns casais não engravidam?

A partir de hoje é celebrado o Mês Mundial da Conscientização da Infertilidade. Especialistas se unem para orientar quem tem dificuldades para ter filhos

Publicado em: 01/06/2018 09:05 | Atualizado em: 01/06/2018 09:09

Renata Paixão diz que o casal deve buscar por solução. Foto: Divulgação
Todo casal que tem uma vida sexual ativa e não faz uso de nenhum método contraceptivo tem, por mês, 30% de chances de engravidar. Ao longo de um ano, a média de casais que conseguem conceber um filho é de oito em cada 10. Em outros 15%, ocorre a infertilidade. Essa que pode se considerada uma frustração para muita gente, porém, não é um impeditivo para a maternidade ou paternidade. A partir de hoje é celebrado o mês Mundial da Conscientização da Infertilidade, no qual especialistas se unem para orientar a população e romper mitos. 

A infertilidade é um diagnóstico dado a um casal que, após um ano de relações sexuais regulares sem métodos contraceptivos, não consegue engravidar. Em todo o Brasil, estima-se que existam 8 milhões de pessoas “inférteis”. A “culpa” por isso não é maior ou menor de homens ou mulheres. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que em 40% dos casos, a condição está na mulher. Em outros 40%, no homem. E em 20%, em ambas as partes. 

“A investigação é sempre do casal, por inúmeros fatores. O fato de a mulher ter um  problema não significa que o homem não possa também tê-lo. No caso da mulher, a investigação começa pelas trompas, que é o local onde o espermatozoide e o óvulo se encontram. No caso do homem, pelo espermograma”, explica a médica especialista em reprodução humana do grupo Geare da clínica Embrius Renata Paixão.

Vários motivos ocasionam a infertilidade. Nas mulheres, os mais comuns são a síndrome do ovário policístico, a endometriose e a obstrução nas trompas. Já nos homens, varicocele (varizes nos testículos), distúrbios hormonais e infecções, além da própria vasectomia, são considerados fatores. Pessoas com histórico de infertilidade na família, que tiveram puberdade tardia, que precisaram fazer quimioterapia ou radioterapia, assim como mulheres acima dos 35 anos, têm um risco maior de ter perda na fertilidade. 

O tratamento variará de acordo com o diagnóstico, e os especialistas alertam que nem sempre ele custará caro. “Às vezes, só uma medicação resolve. Outras vezes, é a relação sexual que está acontecendo num período errado. Como também pode haver necessidade de cirurgia. Por isso é importante a investigação”, ressalta o urologista especializado em fertilidade masculina do Imip e da clínica Andros Recife Filipe Tenório. Segundo ele, por exemplo, a fertilização in vitro é considerada geralmente a última opção de tratamento. 

Uma das maiores preocupações atuais dos médicos é com o retardo da gravidez pelas mulheres. Isso porque, depois dos 35 anos, há uma perda gradual da capacidade reprodutiva. “Hoje se fala muito da reserva ovariana (quantidade de óvulos disponíveis no corpo para fecundação). Os 35 anos são considerados um ponto de corte, já que depois dessa idade há alteração de qualidade e quantidade de óvulos. Então, se a mulher quiser adiar a gravidez e puder, ela pode fazer um banco de óvulos”, lembra Renata Paixão. Na proximidade dos 35 anos, é ainda recomendado que a mulher passe no máximo seis meses tentando engravidar e, em não conseguindo, procure ajuda profissional.

Ao longo deste mês, uma série de eventos serão realizados no Recife com foco na conscientização. Entre eles, uma palestra aberta ao público, no dia 6, no RioMar Trade Center, e um mutirão de fertilidade masculina, no Imip, no dia 15. Além disso, o site www.fertilidadeintegral.com.br foi criado com dados e um e-book gratuito com orientações aos casais. 
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