INSEGURANÇA

Vítima de assassinato em Boa Viagem figurava em processos criminais

Um advogado, um corretor de imóveis e três PMs participaram da tentativa de homicídio que deixou vítima paraplégica.

Publicado em: 01/05/2018 22:51 | Atualizado em: 03/05/2018 19:57

A perícia inicial no corpo da vítima foi feita na calçada contrária à praia e motivou aglomeração de curiosos. Foto: Peu Ricardo/DP (A perícia inicial no corpo da vítima foi feita na calçada contrária à praia e motivou aglomeração de curiosos. Foto: Peu Ricardo/DP)
A perícia inicial no corpo da vítima foi feita na calçada contrária à praia e motivou aglomeração de curiosos. Foto: Peu Ricardo/DP (A perícia inicial no corpo da vítima foi feita na calçada contrária à praia e motivou aglomeração de curiosos. Foto: Peu Ricardo/DP)
Vítima do assassinato que provocou correria na praia de Boa Viagem no começo da tarde desta terça-feira, Newton David Monteiro de Lima, conhecido como "Carioca", 44 anos, tem o nome citado em cinco processos no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) na esfera criminal. Em desses teve pedida a prisão temporária e em dois figura como réu. Em um dos processos, originário de 2006, figura como vítima, na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Jaboatão dos Guararapes. É justamente a ação penal por tentativa de homicídio qualificado, quando escapou mas acabou tetraplégico. 

Segundo Newton David testemunhou no processo, no dia em que tentaram matá-lo ele se preparava para sair do prédio onde residia com sua Pajero quando um carro parou atrás, impossibilitando a passagem. Ao colocar a cabeça do lado de fora, viu um homem com uma pistola, balançando a cabeça, como uma confirmação. “A pessoa não falou nada e não deu tempo de eu falar nada, foi muito rápido e ele já foi atirando”, relatou, acrescentando que foi imobilizado pelo primeiro dos sete tiros que o alvejaram. Três alvejaram o pescoço, dois do lado esquerdo, outro do lado direito. Outros projéteis atingiram o peito, um do lado direito, dois do lado esquerdo. O tórax foi atingido por mais um projétil.  

Pistola do Exército usada no crime - A tentativa de homicídio ocorreu às 10h30 do dia 14 de agosto de 2006, quando Jandir, Roberto e Josenildo praticaram o crime mediante promessa de recompensa, desferindo vários disparos contra a vítima. O processo resultou na condenação por tentativa de homicídio do advogado Francisco João da Silva, dos policiais militares Jandir Felix de Oliveira e Roberto Félix de Oliveira, além do corretor de imóveis Luiz Antônio de Souza, citado como mandante do crime. Outro PM citado como participante da tentativa de homicídio, Josenildo Gomes da Silva faleceu antes da conclusão do processo. 

Ainda segundo o processo, Luiz Antônio decidiu matar Newton David por conta de uma dívida de R$ 200 mil, contando com a participação do advogado Francisco João, que figurou como responsável pelos contatos com os PMs. A vítima era proprietária de uma empresa de factoring (procedimento utilizado para converter cheques, duplicatas e promissórias a receber em créditos em dinheiro mediante desconto de parte do valor) em Vitória de Santo Antão. 

Durante a prisão dos executores da tentativa de homicídio os três PMs também foram apreendidas armas sem documentação. Jandir tinha uma pistola Taurus calibre 7,65, com carregador e duas munições intactas. De Roberto Félix foi tomado um revólver Taurus calibre 38 com seis munições intactas. Josenildo tinha outra pistola Taurus calibre 9mm com carregador e seis munições intactas, uma arma que, segundo o processo, era do Exército Brasileiro.
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