AMBIENTE

Tamar comemora 35 milhões de tartarugas protegidas com soltura de filhotes em Noronha

Parceria de 35 anos da companhia com projeto foi renovada e receberá investimentos de R$ 13,5 milhões nos próximos três anos.

Publicado em: 06/04/2018 10:16

Espécies como a Tartaruga verde (Chelonia mydas) são preservadas com as ações do Projeto Tamar, que realiza solturas comemorativas hoje. Foto: Acervo Projeto Tamar/Divulgação (Espécies como a Tartaruga verde (Chelonia mydas) são preservadas com as ações do Projeto Tamar, que realiza solturas comemorativas hoje. Foto: Acervo Projeto Tamar/Divulgação)
Espécies como a Tartaruga verde (Chelonia mydas) são preservadas com as ações do Projeto Tamar, que realiza solturas comemorativas hoje. Foto: Acervo Projeto Tamar/Divulgação (Espécies como a Tartaruga verde (Chelonia mydas) são preservadas com as ações do Projeto Tamar, que realiza solturas comemorativas hoje. Foto: Acervo Projeto Tamar/Divulgação)
Projeto Tamar comemora na noite desta sexta-feira e amanhã o nascimento do filhote simbólico de tartaruga marinha de número 35 milhões com solturas em alguns pontos do litoral brasileiro. É a forma escolhida para assinalar um marco nos resultados alcançados, com reconhecimento internacional de uma das mais bem-sucedidas iniciativas de conservação marinha do mundo. Em Pernambuco a soltura comemorativa será na Praia de Boldró, em Fernando de Noronha, onde as s crianças da creche Bem Me Quer vão participar do evento previsto para começar às 18 horas.

Noronha é o sítio de reprodução da tartaruga-verde (Chelonia mydas), que utiliza as praias arenosas do arquipélago para desovar entre os meses de dezembro e julho. É também área de alimentação, crescimento e repouso para juvenis desta espécie e da tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata). O Tamar iniciou suas atividades de pesquisa e conservação no arquipélago em 1984 já o Museu do TAMAR de Fernando de Noronha foi inaugurado em 1996. 

Segundo a gerente executiva de Responsabilidade Social, Beatriz Espinosa, o principal objetivo do Projeto Tamar é a conservação de cinco espécies de tartarugas, todas ameaçadas de extinção. “Além de sua valiosa contribuição ambiental, o projeto envolve as comunidades em locais onde atuamos, possui ações de sensibilização e educação ambiental e tem sinergia com o nosso negócio por trabalhar com espécies e ambientes costeiros e marinhos,  áreas onde se concentra a maior parte da operação offshore”, afirma.

Projeto Tamar utiliza conhecimento da ciência e tecnologia para atuarem no mar, produzindo resultados positivos para a sociedade. Contando com o apoio da Petrobras a partir de 1982, começaram as operações de salvamento dos primeiros 2 mil filhotes e, atualmente, entram no mar por ano mais de 2 milhões de tartarugas marinhas sob a proteção do Projeto Tamar. “Ao contabilizar dados das últimas temporadas reprodutivas, descobrimos que aconteceria no verão de 2018 esse marco na história do Tamar”, conta Guy Marcovaldi, coordenador nacional do Projeto Tamar. Contabilizando 36 anos de atuação, o projeto está presente em 26 localidades, de nove estados do país, muitas delas em  áreas de abrangência da Petrobras.

Segundo dados da Fundação Pró-Tamar, de cada mil filhotes que nascem, apenas um ou dois sobrevivem no ciclo natural dos ecossistemas marinhos, o que explica a necessidade de proteger os ninhos de tartarugas marinhas para garantir a produção natural de filhotes e o caminho seguro até o mar. As tartarugas são animais de ciclo de vida longo, que levam de 20 a 30 anos para se reproduzir. Anualmente, cerca de 5 mil tartarugas já adultas ou sub adultas são recuperadas em áreas de alimentação e desova. Acidentes com redes de pesca e anzóis, atropelamentos, o trânsito de veículos nas praias e plástico são fatores de risco para as tartarugas.

Pesquisa e desenvolvimento científico - Em conjunto com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICM-Bio), o Projeto Tamar contribuiu para o início da recuperação - comprovada cientificamente - das populações de quatro espécies de tartarugas marinhas: tartaruga-oliva, tartaruga-de-pente, tartaruga-cabeçuda e tartaruga-de-couro, e pela estabilidade da tartaruga-verde em Fernando de Noronha e Trindade (ES). A atuação do projeto abrange cerca de 1,1 mil quilômetros de praias, em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso das tartarugas, no litoral e ilhas oceânicas dos estados da Bahia, Ceará, Espírito Santo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e  São Paulo e Sergipe.

Segundo a Fundação Pró-Tamar, os resultados alcançados são apresentados em congressos nacionais e internacionais, além de contarem com ampla divulgação na mídia. Entre as pesquisas em andamento, destacam-se a telemetria por satélite, mudanças climáticas e suas consequências para as tartarugas, padrões genéticos em áreas de desova e de alimentação, além de medidas mitigadoras da captura incidental na pesca. As ações também contam com o apoio das comunidades costeiras dos locais onde há a ocorrência das espécies ameaçadas, onde anualmente são atendidas cerca de 800 pessoas em ações socioeducativas, de valorização da cultura, de capacitação e inclusão social. 

Projeto Tamar integra a Rede de Projetos de Biodiversidade Marinha (Rede Biomar), grupo composto também pelos Projetos Albatroz, Baleia Jubarte, Coral Vivo e Golfinho Rotador, todos patrocinados por meio do Programa Petrobras Socioambiental. Juntos, esses projetos atuam em diferentes frentes na conservação marinha no Brasil. Segundo a Petrobras, a parceria com a Fundação Pró-Tamar é a mais antiga na área ambiental e foi  renovada este ano, com a garantia de investimentos de R$ 13,5 milhões nos próximos três anos. 

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