Justiça

Dois dos PMs, envolvidos com morte de estudante em Itambé, têm processo suspenso

Eles vão pagar dez salários mínimos. Próxima audiência do caso está marcada para o dia 10 de agosto.

Publicado em: 09/04/2018 12:29 | Atualizado em: 09/04/2018 14:42

O capitão da Polícia Militar Ramon Tadeu Silva Cazé e o soldado Ivaldo Batista de Souza Júnior, envolvidos com a morte do estudante Edvaldo da Silva Alves, baleado durante um protesto em Itambé, na Mata Norte, serão ouvidos pela Justiça no dia 10 de agosto. Os dois pms foram indiciados por crime de homicídio culposo, sem intenção de matar, no inquérito que investigou a morte do rapaz. Outros dois policiais Silvino Lopes de Souza e Alexandre Dutra da Silva tiveram o processo suspenso e convertido em medidas cautelares. Os dois foram indiciados por omissão de socorro. A solicitação foi feita pela promotora Jeanine Brandão, da Promotoria do Ministério Público de Itambé, e acatada pela Justiça. Os pms irão pagar dez salários mínimos, cada um, R$ 9.540, quantia ser paga em vinte parcelas de R$ 477. 

Silvino e Alexandre aceitaram a proposta apresentada na última sexta-feira, durante audiência de instrução e julgamento, na comarca de Itambé. Se eles cumprirem com as medidas cautelares dentro do prazo de dois anos, terão o processo extinto pela Justiça. O valor pago pelos policiais serão repassados a alguma instituição, apontada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco. 

Edvaldo da Silva Alves levou o tiro durante um ato público contra a violência na cidade de Itambé, na Mata Norte de Pernambuco, realizado no dia 17 de março. Além do jovem, outros moradores fecharam a rodovia PE-75 por várias horas, pedindo mais segurança. 
Durante o protesto, que foi filmado por celular, imagens mostraram uma discussão entre a vítima e uma mulher, com policiais em volta. Também foi possível ver um dos policiais questionando: "É esse quem vai levar um tiro primeiro?". O PM chama um colega armado e aponta o rapaz. Um tiro é disparado. Atingido, o homem cambaleia e cai no chão. Após atirar, os policiais o arrastam pelo asfalto até a viatura da Polícia Militar, batem no rosto dele e o colocam na parte de trás da caminhonete. O veículo então deixa o local, sob gritos dos manifestantes. Edvaldo ficou internado no Hospital Miguel Arraes, em Paulista, até falecer no dia 11 de abril do ano passado. 
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