Saúde

Surto de conjuntivite preocupa em Pernambuco

Fundação Altino Ventura registrou 351% de aumento nos atendimentos neste início de ano, em comparação ao mesmo período de 2017

Publicado em: 23/03/2018 08:42 | Atualizado em: 23/03/2018 10:03

Crianças, idosos e profissionais de saúde são os três públicos mais vulneráveis. Foto: Agencia Brasil/Arquivo

Entre janeiro e março deste ano, os casos de conjuntivite se multiplicaram em Pernambuco. Levantamento da Fundação Altino Ventura apontou que entre o primeiro dia de 2018 e o dia 14 deste mês foram atendidos, na unidade, 11.868 pacientes com a doença, aumento de 351% em comparação ao mesmo período de 2017. O incremento da doença motivou um alerta do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde para orientar os profissionais da área. A população também precisa estar atenta e reforçar os cuidados.

É comum o aumento dos casos de conjuntivite nesta época, em função do período de verão, das férias escolares e o carnaval, que facilita aglomerações. Entretanto, no mesmo período de 2017, foram registrados 2.629 casos de conjuntivite na FAV. Em 2018, a maior parte dos casos atendidos tem sido proveniente da Região Metropolitana do Recife, sendo 50% deles da capital, 16% de Jaboatão e 14% de Olinda. “Estatísticas mostram que é um doença endêmica em Pernambuco. Então, sempre fica sujeita a picos”, explicou o especialista em lentes de contato do Instituto de Olhos do Recife (IOR), José de Barros.
“A conjuntivite merece um olhar especial porque, entre outros motivos, há o período de volta às aulas e a possibilidade de contato maior entre crianças”, disse a oftalmologista da FAV e do Hospital de Olhos do Recife, Bruna Ventura. 

A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva, membrana que reveste o globo ocular e o interior das pálpebras. Dura, em média, 15 dias, e não deixa sequelas. Pode ser causada por alergias, traumas, irritação química e infecções por vírus, bactérias e fungos. A transmissão ocorre por contato direto com secreções oculares da pessoa infectada ou, indiretamente, por contato com superfícies e objetos tocados por essa pessoa.
O tipo mais comum é viral e, por isso, a transmissão pode acontecer até mesmo por crianças gripadas. Neste caso, a duração média é de cinco a 20 dias. Em caso de contaminação, é preciso procurar ajuda médica o quanto antes para que seja identificado o tipo de conjuntivite.

"Um dos componentes que ajudam a disseminação é o atraso na identificação dos casos. As pessoas acabam indo trabalhar doentes e passando para as outras”, explicou José de Barros. Apesar de não deixar sequelas definitivas, a conjuntivite pode comprometer a visão de forma temporária. Os públicos que merecem mais atenção são as crianças, os idosos e os profissionais de saúde. 

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que foi comunicada a respeito do aumento de casos. Mesmo com a conjuntivite não sendo uma doença de notificação compulsória, o órgão está em contato com serviços oftalmológicos de urgência para reforçar a vigilância e identificar mudanças no padrão de atendimento.

Previna-se

Como evitar e controlar a conjuntivite:
- Lavar, com frequência, as mãos e o rosto, usando água e sabão
- Evitar coçar os olhos
- Utilizar, quando possível, lenços e toalhas descartáveis e/ou individuais
- Utilizar travesseiros individuais
- Evitar o uso de copos, talheres e maquiagem de pessoas com conjuntivite
- Evitar o uso de lentes de contato
- Evitar piscina
- Evitar locais com aglomeração
- Evitar atividades em grupo enquanto a secreção ocular estiver presente
- Limpar as superfícies tocadas por pessoas com conjuntivite com água, sabão e depois álcool a 70%

Fonte: Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE)
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