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Recife usará mosquitos estéreis para diminuir em até 80% a população do transmissor das arboviroses

Ação deve começar pelo Morro da Conceição, Mangabeira e Macaxeira, bairros da Zona Norte, onde a incidência do mosquito é maio.

Publicado em: 22/03/2018 07:40 | Atualizado em: 22/03/2018 08:12

Recife usará mosquitos estéreis para diminuir em até 80% a população do transmissor das arboviroses. Foto: AFP Photo

O Recife vai usar mosquitos estéreis para reduzir a população de Aedes aegypti e controlar as arboviroses. O combate ao inseto causador da dengue, chikungunya e zika deve começar pelo Morro da Conceição, Mangabeira e Macaxeira, bairros da Zona Norte, onde a incidência do mosquito é considerada maior. A previsão é que os primeiros mosquitos estéreis sejam soltos no segundo semestre deste ano. A expectativa dos pesquisadores é de que a população de Aedes aegypti seja reduzida em até 80% em cinco meses, após a soltura. 

Ontem, o projeto piloto do Mosquito Estéril foi apresentado para o diretor geral adjunto para Cooperação Técnica da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Dazhu Yang. O chinês aprovou a tecnologia brasileira desenvolvida pela Biofábrica Moscamed, localizada na cidade de Juazeiro, na Bahia. Ele aprovou o projeto pioneiro no mundo ao associar as técnicas do mosquito ionizado e a aplicação da Bactéria Wolbachia. A novidade, que também deve ser adotada em outros países, foi apresentada ontem na Upinha Moacyr André Gomes, no Morro da Conceição, localidade onde os mosquitos serão soltos inicialmente. Parcerias para capacitação na área de utilização de energia atômica para a soltura do mosquito estéril deverão ser firmadas com a AIEA. O projeto é desenvolvido em parceria com o Departamento de Energia Nuclear da Universidade Federal de Pernambuco e o Laboratório Lika. 

O presidente da biofábrica, Jair Virgínio, recebeu um certificado de excelência, um selo de qualidade, que assegura a implantação do projeto. Ele explicou que os mosquistos estéreis competem com os mosquitos selvagens ou comuns, encontrados na natureza. Ao se acasalar, as fêmeas botam ovos que não geram filhotes. Com o tempo, a população de mosquitos vai ser reduzida. “Nessa formação do embrião existe uma incompadibilidade que não premite a formação desses ovos. Eventualmemte, eles não chegam nem a vingar quando estão depositados nos criadouros, espalhados pela cidade. Se a gente pudesse dizer de uma forma bem clara, diria que isso é o controle da natalidade aplicada aos mosquitos”, assegurou.

A Unidade de Produção de Aedes aegypti Transgênicos tem capacidade para produzir quatro milhões de machos estéris por semana. O mosquito, aliado ao combate ao Aedes aegypti, recebe doses de radiação para se tornar estéril. A quantidade que será solta em cada localidade vai depender da infestação. Um total de 58 armadilhas ovitrampas, onde as fêmeas depositam seus ovos, já estão instaladas na área do distrito sanitário VII, onde ficam os bairros da Mangabeira, Macaxeira e Morro da Conceição.
 
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