Olinda teve mais de 3 milhões de foliões durante o carnaval 2018

Olinda comemora um público recorde no carnaval da cidade. Foram 3,2 milhões de foliões circulando pelas ladeiras da Marim dos Caetés nos quatro dias de festa. O número corresponde a quase um milhão de pessoas a mais do que no ano passado. E o melhor foi que, pela primeira vez, não se utilizou nenhuma verba dos cofres públicos. Este ano, o investimento no carnaval correspondeu a R$ 8,4 milhões, provenientes de patrocínios. Além de tornar a festa auto-sustentável, a intenção da prefeitura agora é fazer com que no próximo ano, o Carnaval gere lucros para investimentos no Sítio Histórico.

A estrutura montada na cidade durante os dias de Momo aos poucos já começou a ser desmontada das principais vias. Mas o fim de semana ainda terá programação carnavalesca na Cidade Alta e na Praça 12 de Março, com o desfile do Camburão da Alegria, bloco da Polícia Militar. A previsão é que toda a estrutura seja removida até o domingo. "Tomamos para nós a responsabilidade. Participei assiduamente desde as prévias até a apresentação do Nação Zumbi ontem (quarta-feira de Cinzas) em Rio Doce. Mas é importante dizer que fizemos um carnaval sem nenhum centavo do cofre público. Estamos aqui honrados com a nossa promessa. Reunimos mais de 3 milhões de pessoas subindo e descendo a ladeira da cidade, um carnaval descentralizado, sem usar dinheiro da prefeitura", declarou o prefeito professor Lupércio Carlos do Nascimento, na manhã desta quinta-feira, durante coletiva de imprensa. 

A prefeitura também pontuou o incremento na economia. Durante os festejos, a movimentação financeira correspondeu a R$ 280 milhões. "Foram gerados 105 mil empregos diretos e indiretos, garantindo a ocupação de 96% da rede hoteleira. Desde a quinta-feira, a Cidade Alta já estava tomada de foliões. No sábado, o número de pessoas ultrapassou o que normalmente vem. Parecia até um domingo de carnaval", comentou o prefeito.

Segundo pesquisa da Secretaria de Turismo de Olinda, mais da metade dos foliões vieram de fora do estado. Cerca de 45,27% eram de Pernambuco. Outros 44,61% dos demais estados e 10,12% do exterior. O levantamento também verificou que o folião gastou em média R$ 87,50, com alimentação, transporte, bebida e enfeites de carnaval. Já no ano passado, as pessoas gastaram em média R$ 60. Um total de 36% da população ouvida na pesquisa classificou a festa como ótima, 36% como boa, 21% regular, 6% ruim e péssima. "A limpeza da cidade foi feita todos dias logo cedo. Usamos mil litros de desinfetante. A população já amanhecia com as ruas higienizadas", informou. Um total de 210 garis trabalharam nos dias de Momo. Cerca de 100 mil toneladas de lixo foram recolhidas por dia.

Este ano, houve uma redução de objetos e documentos perdidos pelos foliões. Foram 1,2 mil a menos que em 2017. Os 1.451 itens estão a disposição da população na Secretaria de Segurança Urbana, na Rua Santos Dumont, 177, no Varadouro. A prefeitura disponibilizou dos telefones 3429-2947 e 3429-9768 para que as pessoas possam pegar informações sobre os pertences. O material ficará disponível por 30 dias, após o período, será encaminhado para a Central dos Correios, no Centro do Recife.

Mobilidade alvo de críticas
Se a limpeza funcionou bem, a mobilidade em Olinda durante o carnaval foi alvo de várias críticas. O prefeito professor Lupércio anunciou que irá rever o esquema para 2019, principalmente a localização dos camarotes particulares, que este ano, ficaram instalados na entrada da cidade. Outro ponto avaliado será o acesso do Expresso Folião, que parou mais distante do Varadouro, obrigando os foliões a andar mais. “Vamos corrigir o que precisa. Reconhecemos que houve falha”, afirmou o prefeito Lupércio.

Embora não tenha ocorrido homicídio e nenhum incidente em Olinda, a prefeitura pretende reforçar a segurança ainda mais em 2019. No desfile do Homem da Meia-Noite foram registrados várias ocorrências de brigas. "Não vamos permitir que venham perturbar e tirar o brilho da nossa festa", disparou.

O prefeito informou ainda, que este ano, o governo do estado disponibilizou de 500 homens para atuar na segurança do carnaval de Olinda. "Nós mandamos 60 guardas municipais em cada um dos dias de festa, mas infelizmente, alguns pontos ainda ficaram bons", admitiu, ressaltando que toda festa estava sendo monitora pelas câmeras de segurança instaladas na Cidade Alta. A Delegacia Interativa, montada pela Secretaria de Segurança Urbana, registrou 26 boletins de ocorrência. Em sete dias, foram expedidas 250 infrações de trânsito, 11 boletins de ocorrência de acidente de trânsito.

Três imóveis foram autuados por problemas com som mecânico. O caso mais grave na Rua do Bonfim. Segundo o secretário de Patrimônio de Cultura, Gilberto Sobral, foram expedidas multas de R$ 5 mil, R$ 10 mil e R$ 100 mil. "Os autuados tiveram imóvel interditados e agora terão que pagar as multas", informou. Um efetivo de 175 agentes de controle urbano, incluindo 10 profissionais de fiscalização técnica, trabalharam na operação carnaval.