Diario de Pernambuco
Busca

Local

O paraíso dos naufrágios

Atualmente há 36 navios no fundo do mar da costa do estado para o mergulho de aventura

Publicado em: 24/02/2018 15:15 | Atualizado em: 24/02/2018 15:19

Operadora Abissal apontou mais um naufrágio no litoral de Serrambi. Falta oficializar junto à Capitania dos Portos (Freak Photos & Videos/Divulgacao)
Operadora Abissal apontou mais um naufrágio no litoral de Serrambi. Falta oficializar junto à Capitania dos Portos (Freak Photos & Videos/Divulgacao)

 

O litoral pernambucano é um dos mais procurados para a prática de mergulho no país devido à quantidade de naufrágios na costa. De acordo com a Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco, o estado recebeu, no ano passado, 160 argentinos para a prática de mergulho, número 600% maior do que nos anos anteriores. Atualmente há 36 navios no fundo do mar que são explorados pelos mergulhadores no turismo de aventura, incluindo os quatro rebocadores afundados, de forma programada em 2017, para ampliar o Parque Aquático de Naufrágios no estado.


E outra embarcação poderá entrar na rota dos mergulhadores. A operadora de mergulhos Abissal, que atua no litoral de Serrambi, apontou um Batelão, usado no transporte marítimo de materiais como novo nicho para os mergulhadores. A embarcação afundou a 13 milhas da costa e a uma profundidade de 40 metros. A descoberta ainda não foi informada à Capitania dos Portos.


“Esse naufrágio deve ter ocorrido há uns trinta anos e foi descoberto por um pescador da região. Nós fomos ao local para comprovar e vimos que é do tipo Batelão e se encontra carregado de areia. Ele está em bom estado, apenas a frente está danificada. Nós iremos informar a descoberta à Capitania dos Portos”, explicou o mergulhador Rodrigo Lacerda, responsável pela Abissal.


Segundo ele, a embarcação está tomada de corais. “O convés dele fica no limite do mergulho recreativo que é de até 40 metros de profundidade. Vamos ter que voltar algumas vezes para fazer mais pesquisas”, contou o mergulhador. O pai de Rodrigo, Homero Lacerda, foi um dos primeiros a incentivar o mergulho como fonte de turismo. “Meu pai afundou os navios Gonçalo Coelho e Marte no final da década de 1990 para a prática de mergulho em Serrambi”, contou Rodrigo Lacerda. Segundo ele, o pai também encontrou um navio de madeira do século 18, que recebeu o nome de Galeão. “Ele recebeu esse nome porque se assemelhava a um Galeão, um navio de madeira, e foi batizado de Galeão por ser de madeira, mas era mais recente”, justificou Rodrigo.


O mais antigo mergulhador do litoral pernambucano, Joel Calado, 67 anos, da operadora de mergulhos Projeto Mar, iniciou a atividade em 1986. Ele conta que fez o primeiro afundamento oficial do país no litoral pernambucano. “Comprei três rebocadores e fiz um projeto junto ao Ibama, que foi aprovado. A operação demorou dois anos para ser concluída”, revelou. Segundo ele, o turismo de mergulho é procurado por estrangeiros e brasileiros. “Há muita curiosidade sobre navios afundados. A maior beleza é dos corais que se formam nas embarcações”, contou. Segundo ele, o tesouro mais procurado de navios naufragados é do Santa Rosa, que afundou no litoral do estado, no século 18. Ele transportava baús com cerca de 10 toneladas de moeda de ouro, além de diamantes e pedras preciosas. Estudos apontam que o Santa Rosa está a mais de quatro mil metros de profundidade. É mais fundo que o Titanic e a área de busca é de mais de 5km quadrados.

 

 

Os comentários abaixo não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.
MAIS NOTÍCIAS DO CANAL