Vida Urbana
Igreja
Comissão vai dar o parecer sobre beatificação de Frei Damião em Roma
Teólogos vão se reunir na Congregação das Causas dos Santos, na próxima terça-feira
Publicado: 31/01/2018 às 09:40

Capuchinho nascido na Itália já é considerado santo pelos devotos no Nordeste. Foto: Paulo Paiva/ DP/

Apóstolo do Nordeste, o frade capuchinho Frei Damião de Bozzano (1898-1997) já é santo para seus devotos. O religioso nascido na Itália e notabilizado por suas missões em localidades humildes do Brasil também poderá ser canonizado oficialmente pela Igreja Católica. Na próxima terça-feira, a Comissão dos Teólogos vai se reunir na Congregação das Causas dos Santos, em Roma, Itália, para dar seu parecer sobre a causa de beatificação e canonização.
O postulador do processo, frei Jociel Gomes, explica que se o parecer for positivo será apresentado ao cardeal Angelo Amato, prefeito da congregação. Ainda neste ano, ele deve mostrar o resultado ao papa Francisco. O Santo Padre, por sua vez, permitirá a publicação do Decreto de venerabilidade, considerado o maior passo rumo à beatificação. Com a comprovação de um milagre ocorrido pós-morte do frade, ele poderá ser declarado beato. Com mais um milagre, acontecido depois da beatificação, será inscrito no álbum dos santos.
Jociel Gomes destaca que desde 2012 a fase diocesana do processo foi encerrada e atualmente está em curso a fase romana. Na reunião que acontecerá em 6 de fevereiro, em Roma, a Comissão dos Teólogos vai emitir parecer sobre o reconhecimento ou não das virtudes heroicas praticadas em vida pelo frade capuchinho radicado em Pernambuco. Jociel ressalta que o trabalho dos postuladores é “incansável”, já que uma comissão foi encarregada de investigar possíveis casos de milagres, com objetivo de encaminhar os achados a Roma, para análise dos teólogos da comissão.
O postulador alerta que uma série de critérios é requerida para que um milagre operado por intermédio da intercessão de um servo de Deus seja motivo de reconhecimento da Igreja, a ponto de Damião de Bozzano vir a ser considerado beato e santo. Em geral, é exigido que o milagre, no caso de doenças, tenha proporcionado a cura definitiva do enfermo. Deve haver um curto intervalo de tempo entre a oração pedindo a intercessão e a obtenção da graça.
Também são necessários laudos e documentos comprobatórios de cientistas e médicos atestando que não há explicação, nesses âmbitos, para a reversão do quadro do paciente. Como exemplo, Jociel relembra o caso de uma freira que tinha mal de Parkinson, pediu a intercessão ao beato papa João Paulo II e foi curada. A medicina ainda não encontrou cura para o Parkinson, doença caracterizada pela perda de controle sobre os movimentos do corpo, o que levou a Igreja a concluir que foi operado um milagre.
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