Diario Urbano Pesca entra em colapso nos rios e lagoas do Recife No Capibaribe, no Tejipió, no Jordão e no Beberibe existe mais lixo do que peixes e crustáceos

Por: Jailson da Paz

Publicado em: 14/12/2017 07:48 Atualizado em:

A geografia explica a relação do recifense com a pesca. Do mar, dos rios e das lagoas, mulheres e homens garantiram e, ainda a duras penas, garantem o sustento. Ou parte deste. Nos rios e lagoas, a atividade entrou em colapso. Está em contagem regressiva para desaparecer ou para resistir em pontos cujas águas se renovam graças à força das marés. Relatos de pescadores e pescadoras, ontem em audiência pública, na Câmara Municipal, evidenciaram o que já é rotina na Lagoa do Araçá, na Imbiribeira, ou nas pontes do Limoeiro, Princesa Isabel, Maurício de Nassau, no Centro. No Capibaribe, no Tejipió, no Jordão e no Beberibe existe mais lixo do que peixes e crustáceos. Menos oxigênio e mais despejo irregular de esgotos. O conhecimento desta realidade pelo poder público não data de hoje. Gestores das três esferas governamentais, dominados pelo descuido ambiental, permitiram que ricos e pobres ocupassem as margens dos cursos d’água ou neles lançassem poluentes. E o destino fatalmente seria o atual, com a escassez de pescados, com pescadores e marisqueiras à espera do milagre das marés e de políticas públicas, econômicas e sociais, que garantam um sustento digno.

 

Herança de obra
Diante do amontoado de pedras na Rua Construtor Luiz Cavalheiro de Castro, em Jardim São Paulo, a primeira impressão é de um serviço incompleto. Investiram no pavimento da rua, mexeram no meio-fio e jogaram as pedras na calçada. O ponto, sem recolhê-las, se tornou um convite ao despejo de resíduos construtivos e domésticos.

Apelou para mãe
Pedidos educados não deram retorno. No muro do terreno da Rua Coronel João Manguinhos, esquina com a Rua Elesbão de Castro, no Bairro Novo, em Olinda, o proprietário ou o responsável da área apelou. Ordena, em letras grandes, que “vão jogar lixo na casa da mãe de vocês”. Apesar do desaforo, o apelo costuma ser ignorado.

Quase tudo cinza
Em breve, as faixas demarcadas para as bicicletas nas avenidas que margeiam o Canal do Jordão, no Recife e em Jaboatão dos Guararapes, terão a mesma cor do asfalto. A realidade de desgaste, devido ao fluxo de veículos e à ausência de manutenção, se assemelha nas avenidas Júlio César, na capital, e Beira Rio, no município vizinho.

Lago da esquina
A dúvida é antiga na Boa Vista. Qual a origem da constante formação de um lago de águas sujas na esquina da Avenida Conde da Boa Vista com a Rua Gervásio Pires? Nestes dias, a largura do lago supera os dois metros. Alguns acreditam ser a água oriunda da rede pública de esgoto. Outros defendem ser o nascedouro a rede do edifício da esquina.

Dobro do tempo
Empresas multadas por infrações ambientais no estado podem até se queixar das leis, porém não das formas de pagamento. Novas regras vigoram em 45 dias. As multas poderão ser pagas em 12 parcelas contra seis atuais. E a parcela mínima cai de R$ 200 para R$ 100. O futuro dirá se isso será suficiente para encurtar o tempo de quitação das multas.

Oficina ambiental
Será paulatino o processo de construção da política estadual de educação ambiental. Das 17 oficinas programadas, a terceira foi realizada ontem em Surubim, no Agreste, reunindo representantes de 19 municípios da região. As duas primeiras oficinas ocorreram no Recife e em Panelas e as demais acontecerão até o final de maio do próximo ano.



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