Vida Urbana
HOMICÍDIO NO TRÂNSITO
Família se pronuncia sobre acidente durante enterro de mãe e filho
Além de agradecer o apoio dos socorristas, eles comunicaram que o pai, que dirigia o carro, ainda está sedado para não saber o que houve
Publicado: 27/11/2017 às 19:36

O advogado Miguel Filho está sendo sedado pelos médicos para não saber o que aconteceu com a família. Foto: Facebook/Reprodução/O advogado Miguel Filho está sendo sedado pelos médicos para não saber o que aconteceu com a família. Foto: Facebook/Reprodução

"Agradecemos as orações de todos. As pessoas que ajudaram dentro do hospital, no Instituto de Medicina Legal e no socorro após o acidente. Que todas essas pessoas sejam abençoadas por Deus e que sejam privadas de viver o que estamos vivendo". O lamento dos familiares de Maria Emília Guimarães, de 39 anos, e do pequeno Miguel Neto, de três anos, denuncia o nó na garganta que os recifenses vivem nas últimas 24 horas. A família foi devastada após um acidente de trânsito causado por um motorista embriagado em alta velocidade no cruzamento da Rua Padre Roma com a Estrada do Arraial, no bairro da Tamarineira, na Zona Norte. Além de mãe e filho, a babá Roseana Maria de Brito Souza, 23, grávida de três meses, também morreu. Os sobreviventes seguem internados. O pai, o advogado trabalhista e contador Miguel Arruda da Motta Silveira Filho, de 46 anos, foi submetido a uma cirurgia nesta tarde e está sendo sedado pelos médicos para não ter consciência do que aconteceu. A filha, Marcela Guimarães Motta Silveira, de cinco anos, passou por uma cirurgia no crânio e segue em estado considerado grave.
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A família rompeu o silêncio durante o enterro de mãe e filho no Cemitério Morada da Paz, Paulista. Eles tinham optado por se preservar, mas como a tragédia teve forte comoção social, resolveram se pronunciar para evitar boatos. Uma prima foi a porta-voz. O pai não sabe de nada ainda. Por recomendação dos médicos, ele ficará sedado até quinta ou sexta, quando a família vai informá-lo sobre o falecimento da mulher e do filho.

Segundo os familiares, Miguelzinho não teve morte cerebral. Ele chegou ao Hospital Santa Joana com traumatismo craniano grau 4 (o índice de variação é de 0 a 15) e hemorragia no abdômen, que não foi detectada no início do atendimento. Foi submetido a transfusões de sangue, mas o volume não subia. Só então, de acordo com a família, detectaram a hemorragia. O garoto entrou no bloco cirúrgico para conter o sangramento no abdômen, mas não resistiu e faleceu durante o procedimento.
A irmã Marcelinha foi atendida no Hospital da Restauração e, nesta segunda, foi encaminhada ao Hospital Santa Joana. Ela chegou com traumatismo craniano grau 7 e foi submetida a uma cirurgia. Até então, o procedimento no crânio foi considerado bem-sucedido. Agora, ela está no bloco cirúrgico fazendo o monitoramento da pressão intracraniana, que ainda está alta.
Afora os sepultamentos de Miguelzinho e Maria Emília, nesta noite, ainda está sendo celebrada uma missa na Igreja de Casa Forte, em memória das vítimas. Ainda segundo os familiares, não houve doações de órgãos.

A babá Roseana Maria de Brito Souza era natural de Aliança, na Mata Norte. Ela estava grávida de três meses e deixou uma filha de três anos. "Ela era uma pessoa maravilhosa, trabalhadora, amava muito a filha, fazia de tudo para sua família", disse esta manhã a amiga e comadre da vítima, Priscila Adriana Vital da Silva, de 22 anos. De acordo com Priscila, Roseana trabalhava para a família há mais de um ano. O corpo dela foi sepultado no fim da tarde desta segunda no Cemitério Público São Francisco de Assis, em Aliança.
O ACIDENTE


O trágico acidente aconteceu por volta das 19h30 desse domingo. Um Ford Fusion, de placas NMN-3336, em alta velocidade, atingiu o carro da família, uma Toyota RAV4, de placas OEZ-4943, quando eles voltavam da casa dos pais do advogado Miguel Filho. O universitário João Victor Ribeiro de Oliveira, 26 anos, conduzia o Fusion. Segundo a Polícia Civil, o teste do bafômetro constatou nível 1,03 de alcoolemia. Ele sofreu ferimentos leves, foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento da Caxangá e, em seguida, para a Central de Flagrantes. Ele foi autuado em flagrante por duplo homicídio doloso e três lesões gravíssimas, com dolo eventual (quando assume risco de matar). Pouco tempo após a autuação, o Hospital Santa Joana confirmou a terceira vítima fatal do acidente, Miguel Neto.
Com informações da repórter Rosália Vasconcelos
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