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Foto: Gil Menezes/SEDUCPE |
Levar informação sobre a história de resistência dos africanos escravizados no Brasil e a luta deste povo pela igualdade. Este é o objetivo do grupo de dança Fulores de Palco, da Escola de Referência em Ensino Médio de Beberibe, com o espetáculo
Navio Negreiro, que estreou nessa terça-feira (7), no Teatro de Santa Isabel, no bairro de Santo Antônio, área central do Recife.
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Foto: Gil Menezes/SEDUCPE |
A peça, livremente inspirada no poema de Castro Alves
Navio Negreiro, utiliza a técnica do teatro de sombras corporais, a percussão, a música, arte plástica, dança e canto para retratar o cotidiano das aldeias africanas, o navio negreiro, as crenças e os ritmos do povo negro. Cerca de 35 estudantes se revezam entre as coreografias no tempo de uma hora de espetáculo. Para a execução do trabalho, o grupo contou com a parceria da ONG Somos Professores.Org, que possibilita aos educadores fazer uma vaquinha virtual para captação de recursos financeiros para a realização de projetos pedagógicos.
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Foto: Gil Menezes/SEDUCPE |
O projeto é coordenado pelas professoras Ediane Cavalcanti e Lilian Kellen, de educação física e artes. Elas trabalham juntas na preparação do corpo e na produção cênica dos trabalhos. Ediane relata que a produção da peça durou um ano e meio. “Neste período, a gente se preocupou em sensibilizar os participantes para que compreendessem o tema abordado. Para isso, apresentamos vídeos, músicas, fotos e livros aos alunos antes de iniciar o processo de coreografia”.
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Foto: Gil Menezes/SEDUCPE |
O grupo Fulores de Palco realiza, desde 2011, diversas ações na comunidade escolar. Atualmente, conta com 40 participantes, distribuídos entre dança, produção, fotografia e percussão. Nos setes anos de existência, a equipe apresentou diversos trabalhos, entre eles, o espetáculo
Recriando as Raízes do Brasil (2014), apresentado dentro e fora do estado. O estudante João Matheus, 18, participa do grupo há dois anos e explica que o projeto contribuiu diretamente no combate aos preconceitos e outras discriminações dentro da escola. “Ele possibilitou que a gente mostrasse aos colegas e familiares como é rica a nossa cultura e que o conhecimento nos libera das correntes daignorância”. O bailarino e professor de danças, Arylson Matheus, 20, participou da primeira turma e conta que o projeto possibilitou a abertura de novas oportunidades em sua vida. “Foi através do Fulores que eu decidi seguir a área artística. Todas as aprendizagens que adquiri no projeto busco multiplicar para os meus alunos no cotidiano".
O sociólogo, psicólogo, mestre e doutorando em ciências da religião, Constantino Melo, que atua como técnico da Gerência Regional Recife Norte, também colaborou na construção do roteiro da peça. Ele explica que o trabalho está fundamentado em três leis federais, são elas: 10.639/03 que trata sobre a história da cultura afro-brasileira; 11.645/08 que legitima a obrigatoriedade da história e cultura afro e indígena e a lei 12.288/10 que legitima o estatuto da igualdade social.“Nós enxergamos a escola enquanto espaço de construção do conhecimento. Esse espetáculo tem o intuito de construir um conhecimento pedagógico que trouxesse esclarecimentos para qualquer escola através de um trabalho itinerante”.
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Foto: Gil Menezes/SEDUCPE |
Na primeira apresentação, estiveram presentes cerca de 500 convidados, entre amigos, familiares, estudantes, ex-estudantes, professores, gestores da rede pública estadual e representantes da Secretaria de Educação. De acordo com as coordenadoras, o coletivo pretende conseguir parcerias para propor uma turnê de apresentações nas escolas de Pernambuco.