Ricardo Padilha Empresário suspeito de envolvimento na máfia das merendas é alvo da PF mais uma vez

Publicado em: 09/11/2017 09:08 Atualizado em: 09/11/2017 09:46

Entre os mandados cumpridos nesta quinta-feira pela Operação Torrentes da Polícia Federal está a detenção do empresário Ricardo José de Padilha Carício. Ele a esposa foram conduzidos de casa, no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, em uma viatura da PF, para a sede da corporação, na Avenida Cais do Apolo. Os dois não quiseram falar com a imprensa.

Ainda não se sabe se eles estão sendo alvo de mandados de prisão ou de condução, coercitiva, realizado apenas para esclarecimentos em depoimento. A operação cumpre ao todo 70 mandados judiciais na Região Metropolitana do Recife (RMR), sendo 15 de prisões temporárias, 19 de conduções coercitivas e 36 de busca e apreensão. Ao todo, 260 policiais federais de 10 estados da federação e 25 servidores da Controladoria-Geral da União participam da ação que teve como alvos o Palácio Campo das Princesas (sede do governo do estado), o prédio da Vice-Governadoria, no bairro de Santo Amaro, além de imóveis nos bairros da Torre, Graças e Beberibe - todos do Recife - e de Casa Caiada, em Olinda.

O objetivo é desarticular um esquema criminoso de desvio de recursos públicos, fraudes em licitações e corrupção de servidores públicos vinculados à Secretaria da Casa Militar do Estado de Pernambuco. Foram detectados, também, fortes indícios de superfaturamento em alguns contratos recentemente firmados pela Secretaria da Casa Militar com recursos públicos federais na “Operação Reconstrução”, que tem por objetivo a reestruturação dos municípios da mata sul pernambucana atingidos, uma vez mais, pelas chuvas torrenciais ocorridas em maio de 2017.

Empresário também foi detido em setembro deste ano durante operação da PF que investigou desvio de verbas da merenda na Mata Norte. Foto: PF/ Divulgação (Empresário também foi detido em setembro deste ano durante operação da PF que investigou desvio de verbas da merenda na Mata Norte. Foto: PF/ Divulgação)
Empresário também foi detido em setembro deste ano durante operação da PF que investigou desvio de verbas da merenda na Mata Norte. Foto: PF/ Divulgação


Outra prisão -
Esta não é a primeira vez que Padilha é detido pela PF. No dia 29 de setembro deste ano, o empresário foi detido em uma casa no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, durante a  terceira fase da “Operação Mata Norte”. Ele é dono de uma das empresas investigadas por desvios de verbas públicas da merenda escolar na cidade de Lagoa do Carro, Zona da Mata de Pernambuco. A operação foi realizada com apoio da Controladoria Geral da União e cumpriu mandados de prisão preventiva, três de condução coercitiva e cinco de busca e apreensão nos bairros de Boa Viagem e Casa Forte, em residências e estabelecimentos comerciais dos principais líderes e sócios da organização criminosa desbaratada pela Polícia Federal e Controladoria Regional da União através da Operação Mata Norte.

De acordo com a PF, a nova fase da operação foi motivada após análise de vasto material apreendido e em virtude de ter sido constatada a destruição de provas por parte do empresário, principal investigado, que também teria passadoa pernoitar em locais diversos após a deflagração da primeira fase da operação, inclusive hotéis e residências de familiares, subtraindo e retirando provas dentro de seu apartamento, ocultado veículos de luxo como carros importados de sua propriedade, mas que encontram-se registrados em nome de terceiros.

A operação “Mata Norte” desarticulou um esquema de corrupção na Prefeitura de Lagoa do Carro e que envolve políticos, empresários e empresas fornecedoras de merenda escolar. As investigações tiveram início em julho de 2017 a partir de um Relatório de Auditoria da Controladoria-Geral da União relatando uma suposta prática decorrente de contratação fraudulenta através de empresas para fornecimento de merenda escolar no município de Lagoa do Carro/PE nos anos de 2013 a 2016. Ficou constatado o desvio de recursos públicos federais decorrentes do Programa de Apoio à Alimentação Escolar na Educação Básica (PNAE), através de sobrepreço e superfaturamento nos valores das licitações para obtenção de vantagem ilícita em detrimento da alimentação dos alunos, promovendo um prejuízo aos cofres públicos estimado na cifra de R$ 512 mil reais. As empresas investigadas atuam em outros
municípios pernambucanos e também são fornecedoras de órgãos estaduais. Consoante dados do sistema “Tome Conta” mantido pelo TCE/PE, o montante de recursos públicos empenhados por entes municipais e estaduais investigadas entre 2012 e 2017 representa mais de 87 milhões de reais.

Processos licitatórios eram montados, dando aparência de legalidade e de competitividade entre as empresas conluiadas, que se revezavam na contratação com a Prefeitura de Lagoa do Carro, contando ainda com a cobertura de ações inescrupulosas de políticos, sócios de empresas, empresários, advogado, servidores públicos, pregoeiros e assessores jurídicos, descomprometidos e indiferentes com a importância de um Programa Social que visa a alimentação dos alunos. Todos os presos foram conduzidos para a sede da Polícia Federal sendo responsabilizados  e indiciados pelos crimes mediante seu grau de envolvimento e participação tais como:  Desvio de Recursos Públicos- Fraude em Licitação e Associação Criminosa.



MAIS NOTÍCIAS DO CANAL