HONESTIDADE Cobradora devolve R$ 100 após passageiro apressado se confundir em Olinda Sete horas após o embarque, eles se reencontraram, e o dinheiro foi devolvido ao dono, um jovem marceneiro de Peixinhos

Por: Adaíra Sene

Publicado em: 01/11/2017 21:09 Atualizado em: 01/11/2017 21:26

Cobradora diz que ficou nervosa porque não sabia quem havia entregue tanto dinheiro a mais. Foto: Luiz Filipe/Cortesia (Cobradora diz que ficou nervosa porque não sabia quem havia entregue tanto dinheiro a mais. Foto: Luiz Filipe/Cortesia)
Cobradora diz que ficou nervosa porque não sabia quem havia entregue tanto dinheiro a mais. Foto: Luiz Filipe/Cortesia
Em um mundo tão descuidado com o próximo, bons exemplos estão cada vez mais escassos e difíceis de serem encontrados. Mas, por sorte, no Terminal Integrado de Xambá, em Olinda, uma cobradora segue fazendo a sua parte para mostrar que honestidade é questão de caráter. Márcia Esperança, como o próprio nome sugere, devolveu R$ 100 a um jovem marceneiro apressado de Peixinhos, em Olinda, que se confundiu na hora de pagar a passagem.

Na última segunda-feira, Luiz Filipe Ferreira de Lima, de 23 anos, acelerado para o trabalho, se confundiu e pagou o bilhete da linha Rio Doce, que custa R$ 3,20, com uma nota R$ 2 e uma nota de R$ 100. Na correria do ônibus lotado às 14h, recebeu poucos centavos de troco e seguiu viagem. Três horas depois, quando parou para lanchar, percebeu que havia se atrapalhado com as cédulas. "Fiquei preocupado, aperreado mesmo. Abri minha carteira e só tinha R$ 2. Ganhar R$ 100 hoje em dia é difícil", lembrou. Desacreditado, ao largar, por volta de 19h30, foi ao TI Xambá tentar reaver a quantia.

"Falei com o fiscal da linha, e ele pediu para que eu descrevesse a cobradora, mas eu não lembrava e acabei falando tudo errado. Pelo horário, ele disse que eu poderia esperar. Quando o ônibus voltasse, tentaria falar com a cobradora. Passei mais de duas horas no TI aguardando", desabafou Luiz Filipe. Às 21h40, Márcia Esperança, ainda fardada, se aproximou do rapaz.

"Ela estava muito nervosa. Disse que estava com dinheiro a mais, mas não sabia quem tinha dado. Ainda assim, guardou. Quando nos encontramos, ela me deu. No Brasil, agora todo mundo se corrompe. Quando acontece um negócio desses, acho que as pessoas precisam saber mesmo. Ela é o sinal de que ainda existem pessoas boas no mundo. O segredo é se colocar no lugar do outro", agradeceu o marceneiro. 



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