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JUSTIÇA

Filho é condenado a 57 anos de reclusão por matar bispo Robinson Cavalcanti e sua esposa

Crimes ocorreram em 2012, chocando a Igreja Anglicana e julgamento durou cerca de dez horas

Publicado: 30/10/2017 às 21:47

Bispo da Igreja Anglicana Robinson Cavalcanti e a esposa, Miriam Cavalcanti foram assassinados em 2012. Foto: Reprodução/Internet/Bispo da Igreja Anglicana Robinson Cavalcanti e a esposa, Miriam Cavalcanti foram assassinados em 2012. Foto: Reprodução/Internet

Bispo da Igreja Anglicana Robinson Cavalcanti e a esposa, Miriam Cavalcanti foram assassinados em 2012. Foto: Reprodução/Internet/Bispo da Igreja Anglicana Robinson Cavalcanti e a esposa, Miriam Cavalcanti foram assassinados em 2012. Foto: Reprodução/Internet

Eduardo Olímpio Cotias Cavalcanti, 34 anos, foi condenado a 57 anos de reclusão em regime fechado pelo duplo assassinato do bispo da Igreja Anglicana Edward Robinson de Barros Cavalcanti e sua esposa, Miriam Cavalcanti, em 26 de fevereiro de 2012. Filho do casal, Eduardo cometeu o crime na residência em que o casal residia, no bairro dos Bultrins, em Olinda, três dias após regressar dos Estados Unidos, onde vivera por 13 anos, com várias passagens pela polícia. Defensora pública no processo, Teresa Joacyr Melo informou que pretende recorrer contra a pena que considera exacerbada e pedir novo julgamento. 

Segundo a defensora, a Justiça não acatou a tese de inimputabilidade a partir de laudo de um psiquiatra do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP-PE), em Itamaracá, onde Eduardo chegou a ficar preso. “Eles tinham um outro laudo contrário do HCTP”, admitiu. Para ela, o acusado não ajudou a defesa, embora tenha aceitado a proposta de que falasse sobre o crime. “Em juízo ele nunca falou. Hoje, disse que foi ele, mas não deu os motivos. Contou uma história sem pé nem cabeça, de que queria 500 mil dólares que teria mandado dos Estados Unidos”, contou. 

O julgamento foi presidido pela juíza Flávia Fabiane, tendo como promotora Maria Carolina Jucá. O julgamento demorou a ser marcado porque, ao longo dos últimos anos, o acusado passou por três incidentes de insanidade mental, passando por exames com psiquiatras diferentes até a conclusão de que ele tinha consciência do que estava fazendo na hora do crime e que, diante disso, deve responder por seus atos. Os exames foram solicitados após um laudo do HCTP apontar que Eduardo era portador de um transtorno de personalidade e apresentava um quadro de depressão. 

Crime - No dia 26 de fevereiro de 2012, um domingo, Eduardo Olímpio Cotias Cavalcanti, na época com 29 anos, foi visto na frente de casa dos pais amolando uma faca, o que chamou a atenção dos vizinhos. Teria bebido e consumido cocaína excessivamente, segundo apontaram exames feitos logo após o crime no Hospital da Restauração (HR). À noite, acompanhou os pais até a Igreja Anglicana de Bairro Novo, também em Olinda. Ao chegar em casa, trancou todas as portas e iniciou uma discussão com o pai - o primeiro a ser esfaqueado. A mãe tentou intervir e também foi assassinada. 

O inquérito da Polícia Civil descobriu que o réu também seria integrante de uma facção criminosa nos Estados Unidos e teria um plano de assassinatos em série no Brasil. No dia do duplo assassinato, ele teria reclamado o fato do pai tê-lo "abandonado". O bispo e a esposa teriam decidido enviar o rapaz para a casa de familiares nos Estados Unidos porque, aos 16 anos, quando ele queria deixar os estudos.
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