Diario urbano Crise econômica e política traz queda na coleta de sangue do Hemope

Por: Jailson da Paz

Publicado em: 19/10/2017 08:26 Atualizado em:

A crise econômica e política brasileira mexeu na solidariedade. Na Fundação Hemope, onde este  sentimento é indispensável para as campanhas, o reflexo se deu na coleta de sangue. Entre julho e setembro, as doações caíram 20% se comparadas à média histórica mensal do estado. Queda responsável por outra queda. O quinto de bolsas a menos levou a um déficit de 30% nas assistências às unidades de saúde. São índices altos. Bem maiores do que os registrados no mesmo trimestre nos últimos três anos, quando os números variaram de 10% a 12%.  A redução do espírito solidário já havia sido percebida em outras épocas de crise,  segundo a gerente do Hemocentro Recife, Ana Sena. Ela explica os motivos. Com preocupações e dificuldades em alta - do enfrentamento ao desemprego ao recalcular as contas a pagar - os potenciais doadores de sangue se voltam mais à busca de saídas para os próprios problemas e os da família. Fica em segundo plano a questão da ajuda ao próximo. E a vida do próximo à espera de sangue depende de colaborações imediatas, seja para cirurgias eletivas seja para tratamentos de emergência. Nestas últimas situações, inadiáveis.

 

Sessenta, no mínimo
Em quantidade de bolsas de sangue, a queda de 20% da coleta representa uma diminuição entre 60 e 70 unidades por dia para o Hemocentro do Recife. A média histórica da unidade da capital, a maior da Fundação Hemope, gira de 300 a 350 bolsas de sangue. No Recife, coleta-se cerca de 70% de todo material colhido no estado.

Motivos históricos
Três fatores justificam historicamente a queda na coleta de sangue no terceiro trimestre do ano.  Além das chuvas, julho tem menos cirurgias eletivas porque as pessoas optam por viagens de férias. Em agosto, as chuvas dificultam o acesso dos doadores aos hemocentros, enquanto em setembro pesam o feriado da Independência e o “início” do verão.

De todos os tipos
Está em baixa o estoque de todos os tipos sanguíneos. Daí o apelo do Hemope para que doadores compareçam em qualquer um dois oito hemocentros. As doações no Recife, na unidade da Rua Joaquim Nabuco, bairro das Graças, podem ser feitas das segundas aos sábados, inclusive nos feriados, das 7h15 às 18h30.

 

Parte das fachadas
Entra mês e sai mês e as pichações dos prédios modernistas da Avenida Guararapes, em Santo Antônio, continuam nas fachadas. Estão nas paredes há tanto tempo que os pedestres veem as inscrições como elementos naturais das pinturas.

Acrobata do Derby
Justiça seja feita. A complicação em diversos pontos do Recife, devido à falta de energia elétrica ontem, não foi pior graças à intervenção dos guardas de trânsito. Um deles, pela correria para dar cobertura às quatro pistas do cruzamento da Avenida Agamenon Magalhães com a Rua Henrique Dias, no Derby, foi chamado de “o acrobata”.

Quase um século
Depois de olhar a placa da fonte da Praça do Entroncamento, nas Graças, um adolescente soltou um “não acredito!”. A frase veio pelo fato do rapaz estar diante de um monumento bem preservado e que hoje completa 92 anos de inauguração. “Todos os monumentos do Recife poderiam estar assim, não?”, perguntou-me. Assinei embaixo.



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