Boa Viagem Grupo matou morador de rua queimado na disputa por área de flanelinha

Publicado em: 20/09/2017 11:51 Atualizado em: 20/09/2017 12:17

Polícia continua buscas por quarto suspeito, identificado como Wagner. Foto: Polícia Civil/ Divulgação
Polícia continua buscas por quarto suspeito, identificado como Wagner. Foto: Polícia Civil/ Divulgação

Três homens foram presos e um teve prisão preventiva decretada pelo assassinato do morador de rua Josias Marcos da Silva, de 54 anos. O crime aconteceu na madrugada do dia cinco de junho. A vítima foi queimada enquanto dormia na Pracinha de Boa Viagem. O homem teve 60% do corpo atingido pelas chamas, com queimaduras de 2º e 3º graus, ficou interando por quatro dias na Unidade de Queimados do Hospital da Restauração (HR), mas não resistiu e morreu.

De acordo com as investigações, os presos, identificados como Paulo Roberto Gomes, de 35 anos; Rômulo do Nascimento da Silva, de 36 anos e Ezequias Rodrigues da Silva, de 45 anos, além do foragido, identificado como Wagner, também eram moradores de rua e não tinham antecedentes criminais. Os quatro teriam premeditado o crime, com a intenção de retirar da área além de Josias, conhecido como Pelé, outro morador de rua identificado como Pretinho que, segundo eles, haviam chegado ao local e estariam tentando "tomar" a área em que o grupo atuava como flanelinhas. 

 

"Eles se juntaram desde cedo e ficaram bebendo, na intenção, segundo um deles, de matar Pelé e Neguinho, que escapou porque não apareceu na pracinha naquele dia. Isso ficou claro nas ouvidas de testemunhas e de acordo com um dos presos. Paulo e Ezequias tiveram a ideia e Rômulo comprou o álcool em um posto de combustíveis localizado nas proximidades. Wagner ficou de olheiro para avisar se aparecesse alguém ou mesmo a polícia. Eles não demonstraram arrependimento. Disseram que mataram ou seriam mortos. Foi um crime cruel. Testemunhas contaram que a vítima se levantou com corpo em chamas, atravessou a Avenida Noa Viagem para apagar o fogo com a água do mar", detalhou a delegada de Boa Viagem, Beatriz Leite, responsável pela investigação. A entrevista acontece no auditório da sede operacional da Polícia Civil, na Rua da Aurora, centro do Recife.


Outro caso
Em fevereiro deste ano, um homem foi encontrado morto e carbonizado embaixo do Viaduto Capitão Temudo, na Ilha de Joana Bezerra, área central do Recife. De acordo com o 16º Batalhão da Polícia Militar, a vítima, que aparentava ter entre 30 e 35 anos, era morador de rua.

Moradores do bairro contaram ter ouvido gritos de socorro por volta das 3h da madrugada e que a vítima, conhecida como Vinícius, vivia na área desde 2009, sempre de forma tranquila. Um entregador de água mineral que atua na área acrescentou que Vinícius era de Olinda, seria usuário de crack e que pode ter sido vítima de um latrocínio, uma vez que estaria com dinheiro e um telefone celular.
Familiares da vítima foram ao Instituto de Medicina Legal (IML) e reconheceram o corpo. Segundo eles, Vinícius Flávio da Silva, que faria 25 anos este ano, saiu de casa aos 14 anos, após o envolvimento com drogas. Ainda de acordo com a família, o vício teria o feito praticar assaltos e, pelos crimes, ele teria sido preso três vezes. A mãe e a irmã ficaram sabendo do caso pela televisão e o reconheceram por meio de uma tatuagem.

 

 



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