Crime no Janga Cabo da PM mandou matar personal trainer que tinha relacionamento com sua esposa Além do militar, outras duas pessoas foram presas por suspeita de participação no assassinato de Gabriela Santiago

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 26/07/2017 11:53 Atualizado em: 26/07/2017 18:26

Conclusão do caso foi apresentada nesta quarta-feira pela delegada Thaís Galba. Foto: Thalyta Tavares/Esp/ DP
Conclusão do caso foi apresentada nesta quarta-feira pela delegada Thaís Galba. Foto: Thalyta Tavares/Esp/ DP

A Polícia Civil apresentou nesta quarta-feira a prisão de três pessoas envolvidas no homicídio da personal trainer Gabriela Conceição Santiago, de 24 anos. O crime aconteceu no dia 16 de fevereiro deste ano, no Janga, Paulista. Foram presos o mandante, o cabo da Polícia Militar Mauro Brasil de Sá Leitão, 39 anos; o executor, Paulo Fernando Crespo de Araujo Neto, de 27 anos, e Ricardo Caetano Gomes, 40 anos, acusado de atrapalhar as investigações. O trio foi preso ontem, quando também foram cumpridos cinco mandados de condução coercitiva e outros cinco de busca e apreensão.

"Gabriela foi assassinada porque manteve um relacionamento amoroso com a esposa do PM. Ele planejou esse crime. Elas se envolveram no final do ano passado. A esposa teria dito que queria se separar porque estava apaixonada por Gabi", explicou a delegada Thaís Galba. O relacionamento das duas era público. De acordo com a polícia, várias fotos e mensagens da vítima e da esposa do policial militar estavam nas redes sociais.

A delegada explicou ainda que Mauro, que seria ex-usuário de drogas, conheceu Paulo em um grupo de narcóticos e se aproveitou de sua fragilidade para cooptá-lo para a execução do crime. "O PM usou o direito de ficar em silêncio. Já Paulo negou, mas ontem, quando eles se viram, ficou latente o clima de tensão entre eles. Já a terceira pessoa, que seria o segurança de uma academia mentiu nos depoimentos e foi preso por obstrução do trabalho da justiça e falso testemunho. Ele disse que estaria sendo ameaçado", destacou Thaís.

Responsável pelo inquérito, ao lado de Polyanna Neri, a delegada acrescentou que a vítima achava estranho o fato do PM, que seria ciumento, saber do envolvimento dela com sua esposa, uma médica de cerca de 40 anos, e se manter imparcial e frio. A esposa, por sua vez, temia alguma reação. Thaís Galba também ressaltou que a morte de Gabriela não trata-se de feminicídio. "Gabriela morreu porque tinha um relacionamento com a esposa de Mauro. Ela não morreu porque era mulher, e sim porque tinha um caso com a esposa do policial militar", ressaltou a delegada. A entrevista coletiva aconteceu esta manhã na sede Operacional da Polícia Civil de Pernambuco, na Rua da Aurora.

Crime -
Gabi Santiago, como era conhecida, foi assassinada com um tiro na nuca, na noite do dia 16 de fevereiro, após ser abordada por um homem não identificado quando desceu do ônibus ao voltar para sua casa. Segundo a polícia, o calibre da arma que matou Gabriela foi de uma pistola 380, mesma arma que era usada pelo cabo Mauro Brasil. "Todos eles negaram participação no crime. Além disso, o cabo Mauro disse que teve sua pistola (calibre 380) roubada quatro dias após a morte da vítima. Ele chegou até a fazer um Boletim de Ocorrência. Mas é estranho alguém roubar um policial e não fazer nada contra ele", alertou a delegada.

Com informações do repórter Wagner Oliveira



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