Investigação Motivação do crime ainda desconhecida pela polícia Empresário apontado como autor da morte da companheira em prédio no Rosarinho foi preso na sexta-feira e está no Cotel

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 22/07/2017 08:33 Atualizado em:

Delegado observa arma que pode ter matado Gisely. Imagens confirmam que Wilson deixou o prédio sozinho. Foto: Nando Chiappetta/DP
Delegado observa arma que pode ter matado Gisely. Imagens confirmam que Wilson deixou o prédio sozinho. Foto: Nando Chiappetta/DP
Depois de ter prendido o empresário Wilson Campos de Almeida Neto, 41 anos, suspeito de matar a diretora financeira Gisely Kelly, 37, com um tiro na cabeça em um dos apartamentos do prédio Praça do Rosarinho Prince, na madrugada de quarta-feira, a Polícia Civil informou que o principal desafio das investigações agora é identificar a motivação do crime. De acordo com as perícias realizadas no local, o tiro à queima-roupa não foi acidental, como diz a defesa.

Wilson foi preso às 11h40 da sexta-feira no apartamento da ex-mulher, no bairro do Espinheiro. Ele foi encontrado com a suposta arma do crime, um revólver calibre 38. Em depoimento, o empresário alegou amnésia alcóolica. Depois de ser ouvido, Wilson foi encaminhado ao Cotel, em Abreu e Lima. “O suspeito disse que lembra de ter ido a um bar com dois casais de amigos comemorar o aniversário de Gisely e que eles ingeriram muita bebida. Ele alega que não lembra de mais nada, nem de como saiu do estabelecimento, no bairro da Encruzilhada”, disse o delegado que investiga o caso, Breno Maia.

A prisão temporária - que tem validade de 30 dias - do suspeito por homicídio triplmente qualificado (motivo fútil, sem chance de defesa da vítima e feminicídio) já havia sido concedida pela Justiça desde o fim da tarde da quinta-feira. A polícia adiantou que o inquérito vai mostrar que a alegação de amnésia alcóolica é refutável. Imagens das câmeras de segurança do prédio onde o crime aconteceu mostram o suspeito chegando de carro com a vítima. Ele manobra e estaciona o carro com precisão. Apesar de Gisely andar com dificuldade, apresentando sinais de embriaguez, Wilson caminha sem cambalear, segurando a companheira. “Outra questão que vai de encontro com a fala do empresário é o fato de ele ter tirado a arma de um cofre. Como ele lembrou a senha se estava com amnésia?”, pontuou o chefe da Polícia Civil, Joselito Kehrle.

Os celulares do empresário e da vítima, que estavam com ele, foram apreendidos. Os aparelhos telefônicos e o revólver vão passar por perícia. Segundo a polícia, a arma, que tem espaço para oito balas, foi encontrada ao lado de nove munições, sendo uma delas deflagrada, dentro de uma caixa preta. Wilson tinha o porte dessa e de outra arma, uma pistola, que, em maio, ele havia usado para atirar na garagem do prédio. O empresário já havia sido indiciado por causa do episódio que ocorreu há dois meses. “Temos informações de que o suspeito efetuava disparos de arma de fogo inclusive no ambiente de trabalho, mas isso ainda será investigado”, afirmou o delegado Breno Maia. 

Wilson era dono de uma distribuidora de produtos de higiene. Gisely foi secretária dele, mas, há alguns meses, havia sido promovida a diretora financeira. Uma irmã e um irmão da vítima também trabalhavam na empresa.


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