Protesto Pais de Mirella Sena acompanham audiência e pedem júri popular para acusado do crime Na manhã desta quarta-feira, cinco testemunhas prestaram depoimentos no Fórum Thomaz de Aquino

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 21/06/2017 12:43 Atualizado em: 21/06/2017 15:08

Na foto, a mãe e o pai de Mirella Sena, Suely Araújo e Wilson Araújo, após a audiência.
Foto: Mariana Fabrício/DP. (Na foto, a mãe e o pai de Mirella Sena, Suely Araújo e Wilson Araújo, após a audiência.
Foto: Mariana Fabrício/DP.)
Na foto, a mãe e o pai de Mirella Sena, Suely Araújo e Wilson Araújo, após a audiência. Foto: Mariana Fabrício/DP.

A primeira audiência de instrução do comerciante Edvan Luiz da Silva, 32 anos, foi marcada por protesto e comoção. O acusado de matar a fisioterapeuta Tássia Mirella Sena de Araújo, em abril deste ano em um flat no bairro de Boa Viagem, chegou ao Fórum Tomaz de Aquino, no bairro de Santo Antônio, área central do Recife, por volta das 8h da manhã. De cabeça baixa e sob gritos de "assassino" e pedidos de justiça de transeuntes, ele foi levado por uma viatura do sistema penitenciário, de onde saiu algemado e acompanhado de quatro policiais.

Durante a manhã, seis testemunhas foram ouvidas, entre elas estão o gerente do flat, dois policiais civis, a mãe e o pai da vítima, além de um amigo da família. Ao todo, serão treze testemunhas de acusação a prestarem depoimento nesta primeira audiência de instrução. A previsão é de que a audiência termine por volta das 15h. Durante todos os depoimentos, Edvan Luiz permaneceu em uma sala à parte a pedido dos familiares. Todos os relatos devem ser encaminhados pelo juiz da 3° vara do Tribunal do Juri, Pedro Odilon Alencar, e seguir para o Ministério Público. A data do julgamento ainda não foi divulgada.

Um grupo de amigos se mobilizou em frente ao Fórum com cartazes contra o feminicídio e camisas com a frase "Somos todos Mirella".
Foto: Mariana Fabrício/DP. (Um grupo de amigos se mobilizou em frente ao Fórum com cartazes contra o feminicídio e camisas com a frase "Somos todos Mirella".
Foto: Mariana Fabrício/DP.)
Um grupo de amigos se mobilizou em frente ao Fórum com cartazes contra o feminicídio e camisas com a frase "Somos todos Mirella". Foto: Mariana Fabrício/DP.

Com cartazes contra o feminicídio e camisas com o rosto de Mirella, os amigos e familiares pediram justiça. "Não estamos autorizados a falar sobre os detalhes da audiência, mas estamos confiantes que a justiça vai ser feita. Só de estar aqui é muito constrangedor porque a gente precisa reviver tudo e ouvir detalhes que não sabia, mas tem que estar com força para enfrentar", comentou a mãe da vítima, Suely Araújo.

Além do crime de Mirella, Edvan passou a ser suspeito da morte de uma mulher assassinada no ano de 2013, no bairro do Cabanga. Ele e outros dois homens são investigados pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil de Pernambuco. A fisioterapeuta Mirella Sena foi encontrada morta na manhã do dia 5 de abril, na sala do flat onde morava, no 12º andar do edifício Golden Shopping Home Service, na Rua Ribeiro de Brito, em Boa Viagem. Vizinhos disseram que, por volta das 7h, ouviram vários gritos e acionaram o funcionário do prédio, que chamou a polícia.

O corpo da vítima foi encontrado na sala do imóvel sem roupas e com ferimento à faca no pescoço, além de cortes nas mãos. O apartamento 1206 estava revirado, e os peritos encontraram manchas de sangue na porta do 1208, onde Edvan Luiz morava com a esposa. Os policiais bateram, mas como o morador não respondia, a porta foi aberta com ajuda de um chaveiro.


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